A ascendência e descendência: Fontes - Coelho - Silva - Pereira - Colaço - Xavier -Madeira - Fragoso - Vargas (Santarém/Várzea) e Faustino - Carreira (Santarém/Moçarria) com ligação a outros troncos
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Fontes
Santa Casa da Misericórdia de Santarém - LHJ-279.
ADS/Reg.Par. Várzea l.º C ass. nº 3 ano 1870.
ADS/Tabelião José Carlos Petroni - Justificação nº 173 de 20/6/1873.
ADS/Reg.Par Várzea l.º O ass. nº 12 ano 1900.
Francisco Augusto Coelho (8)
* Santarém, São Nicolau b. 21.12.1819 + Santarém, Várzea, Casais da Fonte de Vilgateira 21.11.1900
Pais
Pai: Luís Coelho (16) * c. 1789
Casamentos
Santarém, Várzea 21.02.1870
Filhos
Notas Biográficas
  • " Em 20 de Dezembro de 1819 às 7 horas da noite puseram na roda um menino. Trazia uma camisa de paninho nova, cueiro, vestido de baeta azul novo, um bilhete pedindo lhe pusessem o nome de Francisco Augusto. Baptizou-se em 21 do dito e puseram-lhe o dito nome de que se fez assento em livro competente a fl. 19. João de Évora Macedo o escrevi ".
  • " Em 20 de Dezembro 1819 foi entregue à ama Rosa Maria mulher de Bernardino da Costa, almocreve, moradores nos Cabos, freguesia de Santo António das Fragoas ".
  • " Em 26 de Março de 1828 foi entregue à Mestra dos Expostos deixando a ama com quase 9 anos de idade ".
  • Os textos reproduzidos foram extraídos do Arquivo Histórico da Santa Casa da Misericórdia de Santarém do Livro dos Expostos do Hospital de Jesus.
  • Quanto à data e local de nascimento, embora o seu assento de óbito refira que era natural da freguesia de S. Nicolau da cidade de Santarém, o que contradiz os restantes documentos, apenas se sabe que todos os expostos da Santa Casa da Misericórdia de Santarém eram baptizados na Igreja de S. Nicolau, independentemente do seu local de nascimento que em princípio era desconhecido, tal como era desconhecida a sua origem (naturalidade).
  • Na sequência cronológica daquelas datas e pela declaração no documento de Justificação de seu pai Luiz Coelho, tudo indica que a partir de 26 de Março de 1828, ao deixar a ama com quase 9 anos de idade, tivesse passado a viver nos Casais da Fonte de Vilgateira. Era habitual as famílias mais abastadas recolherem em suas casas meninas e meninos expostos, só que, e a história refere-o, muitas vezes eram os próprios pais, ou só o pai ou só a mãe, a recolhê-los anos depois mas ocultando sempre a sua ligação biológica.
  • Casou na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Várzea, com 50 anos de idade. Testemunharam o acto João Pereira Colaço, casado com Catarina da Graça Xavier Madeira (irmã João Xavier Madeira) e José Xavier Madeira, solteiro, (filho de João Xavier Madeira) ambos proprietários e moradores no lugar da Perofilho desta freguesia.
  • Os filhos deste casamento viveram 80 ou mais anos de idade, excepto a Maria que faleceu aos cinco meses. E é nesta nova geração que se formam dois costados com antropónimos distintos mas com origem na mesma varonia - Coelho - que vieram a ignorar sem razões aparentes: o FONTES de seu filho primogénito José Augusto e o PEREIRA de seu filho mais novo António Augusto. O Joaquim Augusto manteve o nome de baptismo e não deixou descendentes.
  • A escritura de Justificação nº 173, datada de 20 de Junho de 1873, não deixa qualquer dúvida quanto às suas origens. Nessa data, com 54 anos de idade, Francisco foi perfilhado por Luis Coelho, já viúvo de Joaquina de Jesus, tendo sido também seu testamentário nesse acto. Assume agora o nome de Francisco Augusto Coelho, mas continuou a usar Francisco Augusto da Fonte, sendo “da Fonte” topónimo do local da sua residência. Esta perfilhação foi feita 3 meses antes da morte de Luis Coelho que ocorre em 7 Setembro 1877. Naquele documento, Luis Coelho declara “ que Francisco Augusto é seu filho e que vivia na sua companhia, entrega a sua alma ao criador e lhe pede perdão dos seus pecados, etc.”. No texto demonstra o seu arrependimento e declara a paternidade biológica. Nenhum documento demonstra que Francisco Augusto era filho de Joaquina de Jesus nem o aproxima da identidade de sua mãe biológica. De salientar que seu pai Luis Coelho o perfilhou já viúvo de Joaquina de Jesus, com quem casou em primeiras núpcias, conforme consta no testamento que ambos outorgaram em 8 Abril 1861 no mesmo Tabelião, onde declaram, também, que não têm ascendentes nem descendentes. Se Joaquina de Jesus fosse sua mãe tê-lo-ia perfilhado ou não teria declarado não ter descendentes.
  • Também nenhum documento explica porque lhe foi dado o nome de Augusto, o qual foi sendo transmitido pela linha varonil durante quatro gerações sempre como nome próprio. Este nome tinha certamente algum significado especial para seu pai, mas ele não foi transmitido aos seus descedentes.
  • Francisco era proprietário e lavrador com alguma dimensão, estando as suas principais actividades ligadas à produção de azeite, cereais, vinho e frutos predominando nestes o figo e a amêndoa. Criava animais de capoeira e produzia ovos. Possuía um lagar de azeite com tracção animal (éguas) onde produzia o seu azeite e o de outros agricultores da região.
  • Veio a morrer na sua casa nos Casais da Fonte de Vilgateira, com 81 anos de idade e foi sepultado no antigo cemitério da Várzea, Fila 9 Coval 7.
Notas
  • Viveu sempre no período monárquico, tendo conhecidos cinco reis: D. João IV, D. Pedro IV, D. Miguel, D. Maria II, D. Pedro V e D. Luiz. Ainda é do tempo da colónia do Brasil e assistiu ao aparecimento do telégrafo e caminho-de-ferro. Passou por duas epidemias e algumas revoluções.
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