A ascendência e descendência: Fontes - Coelho - Silva - Pereira - Colaço - Xavier -Madeira - Fragoso - Vargas (Santarém/Várzea) e Faustino - Carreira (Santarém/Moçarria) com ligação a outros troncos
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Fontes
CRC Santarém/Reg.Par.
Várzea l.º B ass.nº 21 ano 1910.
CRC Santarém - l.º C ass. nº 415 ano 1928
CRC Santarém -l.º O ass. nº 290 ano 1979.
JFVárzea - Cemitérios.
Fil Augusto Fontes (2)
* Santarém, Várzea, Casais da Fonte de Vilgateira 25.05.1909 + Caldas da Rainha, Nossa Senhora do Pópulo 18.07.1979
Pais
Pai: José Augusto Fontes (4) * 24.05.1871
Mãe: Júlia Xavier Madeira (5) * 24.11.1868
Casamentos
Santarém, Várzea, Vilgateira - Capela de Sto António 30.07.1928
Filhos
Notas Biográficas
  • Foi baptizado no dia 14 de Agosto de 1910 na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Várzea pelo Pároco Padre João Nunes Cotrim. Foram padrinhos Manuel Carreira Gameiro, casado, proprietário e madrinha Nossa Senhora da Conceição, em cuja prenda tocou Ezequiel da Costa, solteiro, trabalhador.
  • É oriundo de famílias agrarias e profundamente católicas que em 25 de Dezembro de 1942 se consagra ao Sagrado Coração de Jesus e, já em 1898, em Roma, o Papa Leão XXIII aceitou o pedido de bênção apostólica com indulgência feito por seu tio Joaquim Augusto até ao terceiro grau inclusive.
  • Recebeu o antropónimo FONTES pela linha varonil, sendo originário de seu avô Francisco Augusto que o adoptara em meados do séc.XIX como topónimo do lugar de sua residência.
  • Fez a instrução primária em Vilgateira tendo depois estudado no Liceu Sá da Bandeira em Santarém, onde concluiu o Curso Geral. Usava capa e batina pretas, traje tradiconal dos estudantes.
  • Casou na Capela de Santo António, em Vilgateira, no dia 30 Julho 1928 com 19 anos de idade, mas ainda estudante. O celebrante foi o pároco Padre Manuel Duarte Escabelado, tendo testemunhado o acto seu tio Cónego Dr. Joaquim Augusto e Amadeu Paulo Esteves Cardoso, casado, proprietário, morador em Vilgateira.
  • Relativamente à sua vida de estudante sobressai das memórias de sua mulher a seguinte passagem: "Quando ele nasceu felicidade sem igual. Estudantes à nossa porta VIVA O FIL JÁ É PAI. Davam as vivas próprias dos estudantes ". Esta passagem refere-se ao nascimento do seu primeiro filho de nome José em 1930 e à paródia dos seus colegas comemorando tal acontecimento. Ele era o único estudante-pai.
  • Durante alguns anos pertenceu ao quadro dos oficiais do exército português com o posto de tenente, tendo participado no arranque do serviço postal militar. Em 1956 participou pela última vez em manobras militares no Campo de Santa Margarida tendo deixado o exército nesse ano. Ainda, na década de 50 (séc.XX), pertenceu à Legião Portuguesa por inerência do seu lugar público. Além de empregado nos Correios, Telégrafo e Telefones, mais tarde Portugal Telecom, onde chegou a Chefe de Estação, acompanhava e ajudava seu pai nas actividades agrícolas. Possuia uma ceifeira debulhadora e com ela fazia as suas safras bem como a de outros agricultores em regime de fanico. As suas terras distribuíam-se pelas freguesias da Várzea, Romeira e Pombalinho, todas no concelho de Santarém e as principais culturas eram a dos cereais, azeite e vinho, e ainda frutos e animais de capoeira. Tinha lagar de azeite onde produzia o azeite da sua safra bem como o de outros agricultores da região.
  • No ano de 1954 morre o seu pai, sogro e tio Joaquim, dos quais é herdeiro tendo por isso acumulado um vasto património. Na agenda pessoal de 1955 descreve a actividade agrícola desse ano. Regista num inventário 939 oliveiras e 268 trinchoeiras com uma produção de 11.268 litros de azeite tratado no seu lagar e 3.311 alqueires de trigo, que renderam um total de 23.803$12. Refere também a produção de vinho e figos sem quantificar quantidades ou valores. Registava a féria que pagava ao pessoal e despesas diversas entre elas as dos fretes com o transporte do vinho, azeite e figos, bem como as rendas que recebia dos seus rendeiros, quase sempre pagas em géneros de acordo com hábitos ainda antigos.
  • Com a sua morte extinguiu-se a actividade secular da família – a agricultura – que foi o sustento de tantas gerações.
  • Os seus desportos favoritos eram a caça e os motorizados. Em 19 de Março de 1945 empreendeu com um grupo de “ motoqueiros” um passeio até às Caldas da Rainha, que a julgar pelo aglomerado de pessoas que os aguardava indica ter—se tratado de um feito. Era também um óptimo cozinheiro.
  • Em 1961 foi convidado a participar na festa de confraternização dos antigos alunos do Colégio de Santarém, fundado e dirigido por seu tio Joaquim Augusto em 1911. Nela estiveram vultos da sociedade portuguesa de então e um deles, o Dr. Francisco Câncio, preparou um manuscrito alusivo ao colégio e ao seu director, que depois de o ler aos seus condiscípulos o autografou e lho dedicou.
  • Ao longo dos últimos anos fez diversas intervenções cirúrgicas mas, em 11 de Fevereiro de 1973, no Instituto de Oncologia em Lisboa, foi-lhe amputada a perna direita em consequência da doença (liposarcoma) que viria mais tarde a provocar-lhe a morte. Foi cirurgião o Dr. Gentil Martins.
  • Apesar da doença lhe ter provocado sofrimento não se deixava vencer e pelo facto de ter uma só perna fazia disso brincadeira. Tinha um trato fácil, gostava de fazer partidas aos amigos e era um apaixonado pelos vinhos e petiscos e por isso, habitual cliente do Quinzena e do Condenso. Era constantemente solicitado pelos seus amigos que deliciava com os petiscos que preparava, ou que encomendava nas tascas da Ribeira de Santarém.
  • Em 1978 volta a adoecer. Manda restaurar as antigas casas que possuía em Vilgateira e por se sentir já muito debilitado regressou à sua aldeia natal. Ali passou momentos de muita alegria rodeados dos filhos e amigos que juntava à sua mesa para provar a água-pé, que ele próprio fazia em sua casa, e comer os petiscos que preparava.
  • No Natal de 1978 juntou em Vilgateira todos os filhos, genros e netos. Foi o seu último Natal, talvez se tivesse apercebido disso. Não voltou ao trabalho e aposentou-se em Maio de 1979. Nesse ano, o seu estado de saúde agravou-se, foi novamente operado no Instituto de Oncologia em Lisboa e depois internado em Caldas da Rainha na clínica Montepio Rainha D. Leonor, a fim de ser acompanhado por seu genro Fernando Palma que ali exercia medicina.
  • Faleceu naquela clínica com 70 anos de idade. A sua morte é assim descrita por sua mulher – “Meus braços receberam o teu último suspiro e vi teus olhos lentos elevarem-se ao alto”. Morreu tranquilo e que com uns ténues gestos se despediu de si. Mas sua mulher escreve ainda nas suas memórias –“no seu leito de dor quando via os filhos a sua alma iluminava-se, quase como se não tivesse sofrimento”.
  • Está sepultado no cemitério do Alto da Olaia na Várzea, em campa de família - Talhão B Fila 14 Coval n.º 1. Faleceu muito jovem, contrariando a tendência dos seus antepassados que quase sempre morriam depois dos 80 anos de idade.
  • Nasceu no último ano de reinado de D. Manuel II e conheceu durante a sua vida 15 Presidentes da República. Os factos de maior relevo foram a instauração do Estado Novo em 1926 e o golpe militar de Abril de 1974.
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