Casa da Serra, da Trofa. (Ascendência, Descendência e Colaterais)
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Fontes
Trofa - São Martinho de Bougado: Esboço de Uma Monografia, págs. 149 a 150. Livraria Solivros de Portugal / 1981

Assento de nascimento
António de Carneiro Maia
* Porto, Trofa, São Mamede do Coronado ? 14.01.1810 + Porto, Trofa, São Martinho de Bougado 01.02.1882
Pais
Pai: José da Silva Maia * 26.08.1776
Notas Biográficas
  • O Reverendo Carneiro Maia foi nomeado pároco de São Martinho de Bougado em Agosto de 1845. Porém, na qualidade de Abade eleito e Pároco encomendado já se encontrava a dirigir a paróquia desde dois de Outubro do ano anterior.
  • Durante da sua paroquialidade, exerceram os cargos de coadjuvadores o Reverendo Manuel José Moreira d’ Assumpção (por volta de 1859), o Reverendo José António da Costa (a partir de 1876) o Reverendo Joaquim do Couto Reis. Residiam ainda na freguesia, colaborando nos actos do Culto, o Padre José Dias Padrão e o Padre Joaquim Luís do Couto Reis, recentemente ordenado, e que viria a desempenhar, mais tarde as funções de Abade.
  • No relatório acerca das pessoas que se confessaram e comungaram durante a quaresma de 1867 – que foram todas “exceptuando duas, ambas de maior idade” – o Abade Carneiro Maia alude aos lugares então existentes na freguesia de São Martinho de Bougado, actual concelho da Trofa, e ao numero de paroquianos ( de idade de sete ou ais anos, gente de comunhão e, por isso, considerada de maioridade) que em cada um deles residiam, o que fornece bons elementos sobre a maneira como se estava a processar o povoamento dos diferentes lugares da freguesia, naquela altura.
  • Assim, o lugar de São Martinho (ou da Igreja) contava 59 pessoas; o de Real, 65; o de Coroa, 31; o de Esprela, 106; o de Ervosa, 63; o de Abelheira, 86, o de Paradela, 185; o de Mosteirô, 90; o do Padrão, 28; o da Barca, 16; o de Finzes, 158; e o de Agro, 16. Vemos, pois, que em 1867 o lugar mais povoado (de gente de comunhão) era o de Paradela, seguido dos de Finzes e de Esprela. Os menos povoados eram os de Barca e Agro, ambos com 4 fogos e 16 pessoas cada um. Os actuais lugares do Paranho, Valdeirigo, Gandra, Castelo e Carquejoso não existiam ainda. Se a estas 902 pessoas de comunhão juntarmos os 117 menores e 82 ausentes, teremos os 1.102 habitantes que São Martinho de Bougado contava nesta data.
  • Mas o Relatório elucida igualmente sobre certos “usos e costumes” da paróquia, relacionados com a quadra da “desobriga”. Assim, depois de citar o nome dos dois “rebeldes”, escreve o Abade Carneiro Maia que todos os outros fregueses “saptisfizerão aos Preceitos da Santa Igreja, confessando-se”. Todavia, quando a aproximarem-se da mesa da comunhão, para satisfazerem totalmente ao Preceito, a coisa mudava de figura, pois alguns ficaram pelo caminho. A razão disto vem a seguir: “…e commungando tamsomente os que achei sufficientemente dispostos e instruídos da Doutrina Christão”. Alguns deles, porém, considerava-os o Abade “recuperáveis”: “…e entre estes alguns á esperados com os quais me averei na forma da Constituição Deocesana.
  • Por direito próprio, presidiu à Junta da Paróquia até ao fim de 1878 – ano em que, pela publicação do novo Código Administrativo (de Rodrigues Sampaio) deixou a presidência da Junta de ser obrigatoriamente desempenhada pelo pároco. Da actuação da sua Junta nada se sabe, pois dela não transitou para a seguinte qualquer escrituração. Coube aos seus sucessores, todos leigos, a tarefa de elaborarem as próprias actas e procederem ao inventário de todos os bens paroquiais.
  • Faleceu, com 72 anos de idade, assistiram-lhe aos últimos momentos, além de todo o pessoal doméstico (duas criadas e um criado), sua sobrinha Angelina, que com ele residia, e o seu coadjutor, Padre José António da Costa, que havia de lhe suceder, como pároco encomendado, até à posse do novo Abade, que só no ano seguinte se verificou.
  • Foi o primeiro pároco da freguesia que não ficou sepultado no altar-mor da igreja, mas sim no respectivo adro.
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