Fontes
Pesquisas genealógicas realizadas por Maria José Padrão e Luís Moura Serra.
Acervos da Casa do Capitão e da Casa do Gil.
Cruz, António "Casas de Lavoura do Reguengo de Bougado na Charneira de Dois Séculos. Porto. 1978", pág. 29.
"Trofa S. Martinho de Bougado, Esboço de uma Monografia", Pág. 289, Silva José Pereira da, Livraria SóLivros de Portugal, 1981.
Marques, Napoleão Sousa "Ponte Pênsil da Barca da Trofa", pág. 75. Edição da Câmara Municipal da Trofa, 2004.
"Memórias do Marechal Soult", página 25, Horizonte Editora.
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Carneiro
História
- A história da família Carneiro que integra esta genealogia, está, desde há mais de quatro séculos, por força de vários casamentos celebrados ao longo de mais de sete gerações, intimamente ligada às freguesias de Santiago de Bougado, no concelho da Trofa, e de Santa Leocádia de Fradelos, no concelho de Vila Nova de Famalicão.
- Estas freguesias encontram-se divididas pelo rio Ave que, desde tempos imemoriais, constituiu a principal via de comunicação entre ambas. É precisamente neste rio que, no lugar da Barca da Trofa, se registou um importante “marco histórico” desenrolado aquando da II Invasão Francesa, em finais de Março de 1809 e que catapulta, para bibliografia diversa e para a memória colectiva, dois membros desta família.
- O Capitão Luís Carneiro e o Alferes Manuel Carneiro, pai e filho respectivamente, os dois últimos oficiais da Companhia de Ordenanças de Santiago de Bougado que, à semelhança das suas congéneres, se extingue com o surgimento do Liberalismo, travam a marcha do Duque da Dalmácia, em direcção ao Porto, na zona da Barca da Trofa.
- Este episódio que ficou conhecido, na memória colectiva, com a “Defesa da Barca da Trofa” teve um enorme impacto no exército Francês, de tal modo que nas Memórias do Marechal Soult (Duque da Dalmácia) surge assim descrito: “(…) A minha coluna do centro foi detida pelo inimigo na Barca da Trofa. Teve de subir o rio para tomar a ponte da Goncinha(…)”.
- Tal acto, reconhecidamente heróico, foi determinante para o perpetuar da memória deste Capitão de Ordenanças, permanecendo, até aos nossos dias, naquela que foi sempre conhecida, como Casa do Capitão (fundada pelo seu bisavô, Capitão da Companhia de Ordenanças de Fradelos, Miguel Domingues da Silva), situada no lugar da Povoação, na freguesia de Santa Leocádia de Fradelos, a espada de Luís Carneiro, como símbolo de tal lembrança e que, actualmente, pertence a Manuel da Costa Loureiro, seu sobrinho-neto em sétimo grau, por descendência de António Carneiro, irmão do Capitão.
- Também como marcada memória de Luís Carneiro encontramos, em Santiago de Bougado, na Casa do Gil, devidamente preservados e identificados, o contrato de dote entre este Capitão e sua mulher Maria da Costa, o testamento de ambos, bem como os testamentos de Manuel da Costa Cardeal e de Maria da Costa (tios de sua mulher que, por não terem descendência directa, a tomaram como herdeira) e de Mariana da Costa, sogra do Capitão. A este propósito dir-se-á, a título de curiosidade que Luís Carneiro, era órfão à data em que casou, tendo por tutor, o irmão Gregório da Silva Carneiro, morador, no já referido, lugar da Povoação.
- Luís Carneiro ao casar-se com Maria da Costa associa a família ao segundo Capitão da Companhia de Ordenanças de Santiago de Bougado, Dâmaso da Costa Cruz, seu sogro. Deste casamento surgem os filhos Manuel, Custódia e Maria, vindo Manuel Carneiro a casar-se com Joaquina da Costa Cruz (da Casa da Cruz, lugar da Lagoa, freguesia de Santiago de Bougado), acabando a sua descendência a cruzar-se com o Morgadio da Carriça.
- Na actualidade, de António Carneiro descendem a família Loureiro e a família Padrão, cujos descendentes estão devidamente identificados nesta genealogia.
- Ainda, de acordo com as indicações do Senhor Dr. António Cruz, contidas na página 29 da obra "Casas de Lavoura do Reguengo de Bougado na Charneira de Dois Séculos”. Porto. 1978, dir-se-á que a família Carneiro descende dos antigos Carneiro Tavares, oriundos da rua Nova do Burgo Velho, bem perto da Ribeira, na cidade do Porto.
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