Fontes
Acervo Particular da Casa da Torre da Maganha, entre outras.
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Ferreira Torres
História
- A história da Família Ferreira Torres confunde-se com a história da “Casa da Torre da Maganha”, sita na freguesia de Santiago de Bougado, concelho da Trofa.
- A Casa da Torre da Maganha foi construída pelo pai do Senhor Capitão de Ordenanças Manuel António de Oliveira, no inicio do Século XVIII, e nela passaram, desde então até aos dias de hoje, pelo menos, nove gerações, uma vez que a Casa ainda se encontra na posse da família, sendo o seu actual proprietário Manuel Ferreira Torres, sexto neto deste Capitão.
- Por casamento de Ana Ferreira de Oliveira, filha do Senhor Capitão, com Manuel Ferreira Torres e, posteriormente, através do casamento da filha deste casal Benedicta Ferreira de Oliveira Torres, com seu primo Domingos Ferreira Torres, a família Ferreira Torres instala-se, definitivamente, na “Casa da Torre da Maganha”.
- Domingos Ferreira Torres, que se dedicou à actividade agrícola, seguindo a tradição dos seus antepassados, e ao comércio da cortiça, era um homem de grande visão o que, aliado ao facto de ter herdado fortuna de seus pais, sogros e de uma tia-avó - Ana Ferreira do Espírito Santo, lhe permitiu, em parceria com a sua mulher, ser tido, pelos seus descendentes, como o grande impulsionador do crescimento da Casa, tendo procedido ao seu restauro e à sua ampliação através da criação do sobrado - piso superior – daí a designação de Casa da Torre, da edificação da eira, bem como da criação de um engenho de fazer o linho.
- António, filho de Domingos e Benedicta, sendo Juiz de Paz, era, como seu pai que faleceu bastante novo (com a idade de 50 anos), um homem de negócios e, igualmente, de lavoura, tendo criado, com o intuito de explorar uma Azenha, a “mina da Agra”.
- A história da Família é também enriquecida através da leitura atenta de parte do acervo documental que chegou até aos nossos dias. Este acervo consiste, resumidamente, num conjunto de documentos relativos a recebimentos de dívidas em aquisições e permutas de bens como, por exemplo, a “escritura da mina” e a aquisição da “Leira da Espingardeira”. Outros documentos relatam, pormenorizadamente, as transmissões de heranças e as escrituras de dotes, dos quais se destaca a escritura de obrigações que Benedicta faz a seus filhos António e Maria, no montante de 224.472 reis e vários bens, por ocasião do falecimento precoce de seu marido Domingos, celebrada em meados do século XIX, assim como o arrolamento de bens de Josefa de Costa Campos, natural de Guidões e casada com o Juiz de Paz, por seu óbito em 1931, que ascendia a valores que rondavam os 190.000 reis.
- Em jeito de concluir esta breve caracterização cito, ainda o testemunho de José Domingues dos Santos, que, em carta a mim dirigida em 18 de Abril de 07, diz:
- “ Em meados do século passado – e a esse tempo me reporto por ter sido o da minha infância e juventude – na aldeia da Maganha, freguesia de Santiago de Bougado, onde me criei, a “Casa da Torre” avultava como referência. A posse e o cultivo da terra eram então a maior riqueza e principal ocupação das pessoas e Santiago de Bougado destacava-se das demais freguesias da Região como “Bougado Grande”, designação que lhe advinha certamente das suas gentes, mas também de férteis e alargadas “agras” de terra arável que formavam grande parte do seu território nas margens do rio Ave. Foi neste contexto agrário que conheci a Família Ferreira Torres, dona da “Casa da Torre”, gente grada que gozava de elevada consideração junto dos demais “vizinhos” que, com frequência dela se socorriam em busca de ajuda ou conselho. Com a industrialização, o alargamento do sistema educativo e a diversificação profissional, muita coisa mudou … a “Casa da Torre” não será o que foi … mas os seus descendentes continuam, felizmente, na nossa Comunidade a perpetuar a sua história ou a perpetuá-la e, com dignidade e memória, a honrar as suas tradições.”
Notas
- http://www.marforum.org/viewtopic.php?t=1188
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