Fontes
Dalmiro da Mota Buys de Barros
http://www.brasilescola.com/biografia/paulo-estevao.htm
http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/PauloEst.html |
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Paulo Estêvão de Berredo Carneiro
* Rio de Janeiro (RJ) 04.10.1901 + Rio de Janeiro (RJ) 17.02.1982 Pais
Casamentos Rio de Janeiro (RJ) 26.03.1927
Filhos Notas Biográficas
- Desde a infância recebeu sólida educação positivista, que pode ser ilustrada por um caderno de caligrafia existente em seu arquivo, no qual copia ao longo de todas as suas folhas frases e máximas de Augusto Comte, tais como "Viver para outrem: Família, Pátria e Humanidade"; "O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim"; e "Os vivos são, e de mais em mais, governados pelos mortos."
- Formou-se em química industrial na Escola Politécnica do Rio de Janeiro, reduto positivista, e iniciou sua atividade profissional como professor, até 1927, quando, então, foi para Paris como bolsista do Instituto Pasteur. Lá, realizou pesquisas científicas sobre o guaraná, que lhe deram o título de doutor da Universidade de Paris. De volta ao Brasil em 1932, reassumiu o magistério e chefiou o laboratório de investigações de química vegetal e animal do Instituto Nacional de Tecnologia, então órgão do Ministério da Agricultura.
- Em 1935, Paulo Carneiro foi convidado por Carlos de Lima Cavalcanti para assumir a pasta de secretário de Agricultura de Pernambuco, onde permaneceu durante nove meses, período em que implementou políticas de reforma social no campo e de abrandamento das condições de miséria que atingiam os trabalhadores urbanos e rurais da região. Em virtude de suas ações, tidas como polêmicas, deixou a secretaria e retornou a Paris em 1936 para, no mesmo Instituto Pasteur, desenvolver durante seis anos pesquisas sobre o curare, recebendo, por isso, o prêmio Nativelle da Academia de Medicina de Paris.
- Quando da declaração de guerra do Brasil contra as forças do Eixo, Paulo Carneiro foi detido e levado preso para Baden-Baden e posteriormente para Godesberg, junto com o embaixador Souza Dantas. Nessa última residência', onde passou 14 meses, Paulo Carneiro dedicou-se com afinco a estudos sobre o positivismo, como pode ser atestado pelos diários e cadernos de notas encontrados em seu arquivo. Em 1944, com a libertação da França, voltou ao Brasil, e em 1946 representou o país na primeira Assembléia das Nações Unidas e na comissão preparatória de criação da Organização Educacional, Científica e Cultural das Nações Unidas (Unesco). A partir daí, permaneceu nesse órgão recém-criado, primeiro como ministro e depois como embaixador, até 1965; e, por último, como delegado do Brasil nas conferências gerais, até 1978. Na Unesco, esteve à frente de grandes projetos de impacto, podendo-se destacar, em função do tema deste número da revista Manguinhos, o da tentativa de criação do Instituto Internacional da Hiléia Amazônica.
- Foi ainda membro e fundador de diversas instituições nacionais e estrangeiras ligadas à ciência, educação e cultura, como a Associação Brasileira de Educação e o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. A par da organização de inúmeras conferências versando sobre temas filosóficos, científicos, históricos e literários, publicou: Introdução à história cultural e científica da humanidade; Idéias e problemas de nosso tempo; Augusto Comte, oeuvre et jeunesse e Vers un nouvel humanisme.
- Por fim, como cultor da memória do fundador do positivismo, presidiu a Associação Internacional A Casa de Augusto Comte, em Paris, de 1954 a 1980, instituição responsável pela manutenção do Museu Augusto Comte, criado por Paulo Carneiro naquela cidade com o propósito de reunir o mobiliário e os documentos bibliográficos, arquivísticos e museológicos do filósofo. Deve-se ressaltar que todo esse material foi minuciosamente organizado e classificado por ele, Paulo Carneiro.
- Essa sólida formação positivista dos membros da família Carneiro pode-se não apenas presumir, mas afirmar com razoável certeza também se reflete na criação, acumulação e manutenção do acervo familiar. O recurso ao método e à organização foi passado de pai para filho(s) e a reunião dos conjuntos documentais de seus membros ficou a cargo de Trajano Carneiro, que o custodiou até seu falecimento, quando, então, foi e ainda vem sendo recolhido pelo Departamento de Arquivo e Documentação da COC.5 O primeiro arquivo pessoal incorporado ao fundo familiar foi o de Otávio Carneiro, falecido prematuramente. Ficou sob os cuidados do pai, Mário Carneiro, que o juntou ao seu próprio arquivo. Com a morte deste último, ambos os arquivos passaram à custódia de Trajano. Parte do arquivo pessoal de Paulo Carneiro foi sendo incorporado ao fundo familiar, ao longo de várias remessas feitas de Paris pelo próprio titular e, após sua morte, pelos seus descendentes. Assim é que Trajano Carneiro custodiou, num único local, seu arquivo, o de seu pai, de seu tio e de seu irmão.
- Do ponto de vista de sua disposição interna, nota-se que todos os titulares tinham o cuidado de classificar os documentos de acordo com seus interesses imediatos e futuros. Dois exemplos podem nos ajudar a esclarecer esse fato: o primeiro é o de uma caixa pequena que contém apenas anotações recortadas de envelopes e caixas, com títulos indicativos de classificações antigas, provavelmente estabelecidas por Mário Carneiro para seu arquivo e o de seu irmão Otávio, e posteriormente reclassificadas por Trajano Carneiro, como pode ser exemplificado pelo segundo exemplo, a seguir. Trata-se de outra caixa com a inscrição Do Papae, onde, em seu interior, vários envelopes separam os documentos, onde se lê: correspondência diversa; revolta do Floriano; últimos documentos escritos por papai; correspondência trocada entre papai e o sr. Menhy (?) a propósito da resolução deste de fazer em Paris a propaganda do positivismo; cartas de papai a diversos e vários documentos; Abissínia.
Notas
- Bioquímico
- Químico do Instituto de Química
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- http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-59702000000500016&script=sci_arttext
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