- APELIDOS DE FAMÍLIA (ORIGENS E HERÁLDICA) -
Página Inicial | Contacto
 

-CAEIRO
História
  • Apelido antigo em Portugal, tanto pode ter raízes toponímicas como derivar das palavras caleiro ou caieiro, que significa "aquele que fabrica ou vende cal" . Em Portugal a pessoa mais antiga que se encontra usando este apelido parece ser Iria Afonso Caeiro mulher de Lourenço Domingues Minatos, fundadores na primeira metade do séc. XIV, de uma capela na igreja de Santa Cruz da Ribeira em Santarém, onde estão sepultados. Segundo refere o padre Inácio da Piedade e Vasconcelos na sua obra "História de Santarém Edificada", publicada em 1740, este tumulo seria uma trasladação feita em 1681 e refere outra pedra tumular que diz "Aqui jaz hum conde Estrangeiro fundador desta igreija" , que supõe ser do marido de Iria Caeiro.
  • Na capela-mor da dita igreja encontra-se a legenda “AQVI JAZEM OS OSSOS DE LOVRENCO DOMINGUES MINATOS E DE SVA MOLH ER EIRIA AFFONSO CAEIRO EDIFICADDO RES DESTA IGRª DA VERA CRUZ A. 1681” .A legenda está entre dois brasões iguais aos que ornamentam a arca tumular do casal que foi certamente deslocada quando das obras de reparação da igreja, em 1681. Esta arca apresenta quatro brasões iguais, (dois nos topos e dois numa face) escudo de cadeado, contendo cinco lisonjas ao alto e três flores de lis de cada lado. Estas armas que seriam do dito Lourenço, são muito parecidas com as da família Barejola (ou Varejola ), apenas diferem no numero de lisonjas, já que estes ostentam quatro.
  • Na chancelaria do rei D.Pedro I, vem referido uma herdade situada em Bela Salema, arredores de Faro que dava com as terras dos herdeiros de "Joham Caeiro".
  • Através da chancelaria de D.João I, ficamos a saber que em 1393, um Lopo Dominguez Caeiro era proprietário de umas casas em Lisboa perto do mosteiro de Celhas.
  • A 30 de Abril de 1439 um "Joham Caeyro de Mafra”, recebe carta de perdão do rei por ter ido a Tanger.
  • A 19 de Junho de 1449 Pedro Eanes Caeiro, natural de Évora, recebe carta de perdão por crime de bigamia (este casou com uma Maria Anes em Lagos, estando já casado com uma Leonor, filha de Álvaro de Freitas).
  • Um Gonçalo Caeiro, escudeiro de Loulé em 1470, foi Alfaqueque de Alcacer-ceguer, renunciando o cargo em 1484, teve depois o cargo de ouvidor de correcção do reino do Algarve. Por carta de 10/6/1487, foi tabelião de Loulé, escrivão da Câmara, pessoa muito influente que negociou directamente com o Rei D. Manuel a dívida que Loulé tinha com a Coroa. Parece que foi seu filho Gonçalo Mendes Caeiro, que nos principios de séc.XVI, instituiu a capela de S.Bráz na igreja matriz de Loulé, mandando que rezassem missa todos os dias, para qual dotou um moio de trigo no moinho de Alte e 16 alqueires de azeite no olival da Costa, 16 peças de figo, 2000 reis em dinheiro e umas casas em Faro.
  • Na Galiza existe este apelido, provavelmente oriundo da provincia de Pontevedra, já que existem 3 lugares com este nome, um na freguesia de A Ramallosa, concelho de Baiona, outro na freg. de Arcos, concelho de Cuntis, e o ultimo na freg. de Vilar, concelho de Mondariz.
  • Os Caeiros galegos, provaram a sua nobreza repetidas vezes nas ordens militares de Santiago, Calatrava, Alcântara, Montesa, Carlos III e São João de Jerusalem e também nas Reais chancelarias de Valadolid e Granada, Real Companhia de Guardas Marinhas e Real Audiencia de Oviedo.
  • Actualmente este apelido encontra-se bastante difundido na zona do Alto Alentejo, onde foram proprietários de terras. Disso são exemplos o monte dos Caeiros, em Odemira, aldeia dos Caeiros em Reguengos de Monsaraz, monte da Caeira, no Vimieiro (Arraiolos) e em Évora, herdade da Caeira (senhora desse local ligada a famílias Caeiro) em Montemoe-o-Novo, herdade da Caeira Grande, em Alcácer do Sal, herdade da Caeira Vermelha, também em Alcácer, monte do Caeirão, (o dono seria um homem corpulento de apelido Caeiro) em Montemor-o-Novo, casal do Caeiro em Alenquer, etc.
Armas
  • Em campo de verde um sol da sua cor.
  • Estas armas são descritas por Vicente de Cardenas y Vicent no "Repertorio de Blasones de la Comunidad Hispánica, Madrid 1964". Parece que nunca foram registadas, nem usadas em Portugal.
© 2004  Guarda-Mór, Edição de Publicações Multimédia Lda.