Fontes
Fontes manuscritas
Arquivo Distrital de Aveiro
- Livros Paroquiais da freguesia de São Pedro de Pardilhó: livros 1 a 14
- Livros Paroquiais da freguesia de São Cristóvão de Ovar: livros 1 a 3
Fontes secundárias
- Páginas Geneall.net
- «A ascendência avancanense do Professor Egas Moniz», por António de Souza-Brandão, 2004.
- Revista «Raízes e Memórias». N.º 22, 2006.
- «Cadernos do Arquivo Municipal» da Cámara Municipal de Lisboa. N.º 5, 2001.
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Valente
História
- Valentes há 1000 anos.
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- O meu avô materno Joaquim Ferreira Valente nasceu na freguesia de Pardilhó (Estarreja, Aveiro) no ano de 1890. Na ascêndência deste meu antepassado próximo, o último apelido está presente em vários ramos: uns “Valente de Almeida”, como é o caso de sua mãe e das suas duas avós, e outros só “Valente”, como é o caso de seu bisavô Dionísio (casado com uma «Valente de Almeida»). Acredito que todos eles descendem de Valentim Pires Valente, nascido cerca de 1515 (1), e que viveu em Avanca onde fundou a Casa do Mato. Mas uma coisa é dizê-lo e outra prová-lo. Pois bem, finalmente encontrei alguns documentos paroquiais que permitem afirmar que meu avô descende dele, pelo menos no ramo só «Valente».
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- Recuando cinco gerações nos antepassados do Dionísio, chega-se a uma Isabel Valente, já nos confins dos livros de Pardilhó. Seria o fim da investigação neste ramo, não fosse o registo de óbito da Isabel dar a entender que ela era natural de Ovar, mencionando alguns familiares a quem deixava bens. Com muita sorte, pois os livros desta freguesia permitem recuar mais umas décadas. E assim encontrei o baptismo e o casamento da dita Isabel, respectivamente em 1615 e 1637, filha de Maria Valente (e de Pedro João). Estes por sua vez casaram em 1603 e a Maria era filha de Mécia Valente (e Gaspar Dias).
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- É possiível saber isto tudo através de documentos paroquiais apenas: baptismos, casamentos e óbitos. Daqui para trás confio no trabalho de investigadores que se basearam em fontes que ainda não consultei. Dizem eles que a Mécia era filha de Valentim Pires Valente e de sua segunda mulher Isabel Fernandes de Pinho. Portanto, o meu avô Joaquim era 9.º neto do Valentim.
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- Seguindo por Valentim, e sempre por via paterna, chega-se a Martim Afonso Valente, que deve ter nascido por volta de 1340 e foi alcaide-mor de Lisboa no tempo de el-rei D. Fernando e de el-rei D. João I (2). Recuam-se mais algumas gerações e temos Afonso Pires Valente, o primeiro a incorporar como apelido a sua alcunha sucessivamente transmitida pelas quatro gerações anteriores.
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- O bisavô do Afonso chamou-se Diogo Gonçalves de Urrô, era próximo de Dom Afonso Henriques (3) e morreu em 1139 na batalha de Ourique. Seu pai era um cavaleiro de origem francesa chamado Gonçalo Oveques ou Ouveques ou Veques (*1067 +1113), o «valente», aquele onde tudo começou. Estamos a falar do tempo de D. Afonso VI de Leão e Castela, o «bravo», de «El Cid o campeador» e de Gonçalo Mendes da Maia, «o lidador», ainda Portugal não existia como reino independente. São 24 gerações de Valentes desde D. Gonçalo até meu avô Joaquim.
Notas
- (1) Valentim Pires Valente “teve carta de brasão de armas do apelido Valente em 17.07.1548” («A ascendência avancanense do Professor Egas Moniz», pág. 9). Deve ter nascido cerca de 1515 e não em 1545, como é afirmado na respectiva página Geneall. Igualmente, sua segunda mulher Isabel Fernandes de Pinho deve ter nascido por volta de 1525 e não em 1610.
- (2) Segundo «Cadernos do Arquivo Municipal», Martim Afonso Valente era alcaide-mor da cidade de Lisboa no ano de 1383, ano da morte do rei D. Fernando, a que se seguiu um interregno de dois anos com o consequente caos social.
- (3) Diogo Gonçalves de Urrô casou com dona Urraca Mendes de Bragança, irmã de Fernão Mendes de Bragança. Uns dizem que este Fernão era cunhado de Dom Afonso Henriques, e outros que era genro.
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