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CISNEROS
História
  • Apontamentos sobre um percurso medieval (sécs. XII a XV)

  • Francisco Tavares de Almeida
    Agosto de 2009

  • Nota prévia

  • Este trabalho nasceu de diversos tópicos discutidos no 'newsgroup' «soc.genealogy.medieval» em que me procurei centrar nos primórdios de famílias originárias de Castela e Leão, depois proeminentes em Portugal, como Castro, Mendonça, Girão, Teles de Menezes, Gusmão, etc. e que, de uma maneira geral, se encontram muito maltratadas, com dados ainda do Conde D. Pedro, D. António Caetano de Sousa ou Felgueiras Gayo. Os Girón, primeiro tratados no 'Compendio ...' de Gudiel (1577) que remetia na origem para o Conde D. Pedro, depois ampliados com mais erros de Salazar y Castro e com acrescentos pontuais derivados de estudos laterais de alguns autores modernos – Salazar y Acha e Sánchez de Mora – que por vezes vieram complicar o que já o era, gerou controvérsia longe de terminada, e dessa, estes Cisneros são um subproduto.
  • Foram preciosos os contributos de Mara González Morejón e também muito úteis duas informações documentais de María Emma Escobar. Devo ainda mencionar Todd A. Farmerie apesar das suas intervenções terem incidido mais sobre questões não abordadas nestes Cisneros.


  • As origens lendárias

  • Pouco sei sobre a dimensão e natureza jurídica de Cisneros mas seria suficientemente importante para que o seu senhor fosse, em 1305, considerado um bom partido para uma Manzanedo bem herdada(1). Situada na chamada Tierra de Campos, província de Palencia da comunidade autónoma de Castilla-León, integra hoje o Partido de Frechilla, uma unidade territorial incorporando vários municípios vizinhos; entre estes encontram-se Autillo de Campos e San Román de la Cuba, o que se adianta por ter interesse para o que se vai tratar.
  • Parece provável que Cisneros seja 'de origem imemorial' e não tenha existido documento constituinte com regras de sucessão explícitas mas tudo indica que fosse um senhorio, indivisível e seguindo as regras mais correntes da sucessão nobiliárquica(2), com uma intrigante excepção de que se falará a final. No desconhecimento(3) de qualquer privilégio real que se lhe refira, a sucessão nunca terá dado origem a grande conflitualidade(4).
  • De acordo com Salazar y Castro, teria em 1131 sido do conde Gonzalo Peláez(1), filho do conde Pelayo Peláez(5) († 1092/95), neto do infante Pelayo Fróilaz 'el Diacono', bisneto do rei Froila (ou Fruela) II 'el Leproso' rei de Asturias e León(6).
  • Numa versão desenvolvida da anterior(7) e, pelo menos, já implícita em Salazar y Castro, o conde Gonzalo Peláez seria senhor de Cisneros 'jure uxoris' por ter casado com uma filha de Pedro González, e ambos pais de Rodrigo González(8). Este último seria o lendário conde Rodrigo González Girón (ou de Cisneros) povoador de Valladolid e que teria dado nome a Ciudad Rodrigo e possivelmente Castelo Rodrigo, salvador do rei Alfonso VI a quem teria cedido o seu próprio cavalo numa batalha mal sucedida, ficando por isso prisioneiro. Este conde Rodrigo González teria ido para a Palestina por 1134/36, de onde regressaria para o serviço do conde de Barcelona, depois do rei de Navarra e finalmente do lider mouro de Valencia; tendo contraído lepra, voltaria à Palestina onde morreria por 1140/41. Para além destes aspectos lendários – apesar de endossados por historiadores como Sandoval(9) e Navarrete(10) – congrega dados de mais do que um personagem pois a lenda dos Girón – ainda hoje não afastada por autores actuais(11) – é situada na Batalha de Sagrajas (1086) mas também numa batalha de La Sagra, próximo de Toledo, bastante posterior(12); é-lhe atribuída a tenência de Toledo em 1093 mas também em 1132(13) e 1136(6), e nas genealogias tradicionais é o iniciador da linhagem Girón(14)(15)(16).

  • Os Girón, senhores de Frechilla, Cisneros e Autillo

  • Mais tarde, tempo de duas ou três gerações, Gonzalo Rodríguez Girón, mordomo-mór 1198-1216 do rei Alfonso VIII, e 1217-1231, do rei S. Fernando é senhor de Frechilla, Cisneros e Autillo.
  • Gonzalo foi filho do senhor de Frechilla e Autillo, o mordomo-mór Rodrigo Gutiérrez – assim identificado em muitos documentos mas em nenhum(3) como Rodrigo Gutiérrez Girón ou Rodrigo Gutiérrez de Cisneros – neto de Gutierre Téllez e Urraca Díaz e, se é controversa a filiação de seu avô(17), o rígido sistema patronímico e a cronologia asseguram que não pode ser descendente do lendário conde Rodrigo González. Por outro lado, Rodrigo Gutiérrez casou duas vezes: a primeira com María Rodríguez, filha de Rodrigo Muñoz, senhor de Gúzman e de Roa, e de sua mulher Mayor Díaz e a segunda com Ximena Osorio, filha do conde Osorio Martínez e de sua mulher Teresa Fernández. É significativo que o cargo de mordomo-mór tenha estado anteriormente em ambas as famílias de suas mulheres mas fica também afastada a hipótese de qualquer delas ter trazido Cisneros aos Girón. Foi este Rodrigo Gutiérrez, quem primeiro se documenta como Girón(18) e é a partir deste e seu pai que, com a certeza possível nestas épocas, se podem deduzir as descendências Girón e Cisneros.
  • Foram vários os filhos de Rodrigo Gutiérrez, irmãos de Gonzalo Rodríguez Girón e todos filhos de María Rodríguez [de Gúzman]. De facto, em 22 de Novembro de 1191 Rodrigo Gutiérrez e sua mulher Ximena [Osorio] fazem a doação à Ordem de Calatrava de metade de Castillo de Dueñas [e outros bens] ficando a outra metade para os filhos de sua primeira mulher; e em 19 de Outubro de 1194, Guterre Roiz, bispo de Segovia, seus irmãos Gonçalo, Rodrigo, Alvar, Pedro e Nuño, e suas irmãs Teresa e Elvira, vendem a outra metade por mil maravedís à mesma Ordem, mencionando-se ainda na mesma escritura o sobrinho [do bispo] Roderico Gonsalvi (19).
  • Também se conhece o percurso destes irmãos. O bispo morreria poucos meses depois na desastrosa batalha de Alarcos (1195); Rodrigo Ruiz, casaria com Inez Pérez e tiveram Mencia, Fernando e Gómez – podendo eles ter usado 'de Manzanedo' – o último com descendência; Álvar, casaria com Toda [de Gúzman]; Pedro casaria com Sancha Pérez [de Venegas] e teria tido apenas uma filha; Elvira casaria com Alfonso Téllez de Meneses. Todos ficaram, numa ou noutra circunstância conhecidos por Girón, a última como Elvira Ruiz (ou Rodríguez) Girón, e os outros quatro irmãos de Gonzalo, que com ele estiveram nas Navas de Tolosa (1214) e na crise do curto reinado de Enrique I foram por diversos autores e em diversas Histórias e Crónicas identificados como 'los Girones', o que se refere apenas para realçar que nenhum foi alguma vez identificado como 'de Cisneros'(3).
  • Por sua vez, o mordomo-mór Gonzalo Rodríguez Girón casaria duas vezes. A primeira é ainda hoje controversa pois as genealogias tradicionais faziam-no casado com Sancha Rodríguez [de Lara] enquanto Antonio Sánchez de Mora defendeu muito recentemente com fortes argumentos que seria bem Teresa Rodríguez [de Toroño]; sobre a segunda mulher, Marquesa Pérez [de Villalobos] não só não há qualquer controvérsia como se conhece a data da escritura de arras, 13 de Maio de 1213.
  • É indubitável que as genealogias tradicionais estão desacreditadas pois a mais antiga, fazia-o filho de uma Mayor [de Lara] o que já Salazar y Castro reprovaria e Sancha Rodríguez seria filha de um inexistente conde Rodrigo Rodríguez de Lara. No entanto, sem deixar de reconhecer Sánchez de Mora, ainda admito que possa haver alguma verdade em tradições veiculadas pelas genealogias tradicionais. De facto Gudiel fez esta Mayor de Lara filha de uma desconhecida Azagra e sabe-se que a Pedro Rodríguez de Azagra – esse espantoso soldado que, declarando-se vassalo de Santa Maria e recusando vassalagem a qualquer soberano adquiriu para si o estatuto de quase príncipe – em 1166 foi dada Mocejón, que havia sido conquistada por Alfonso VI ao mesmo tempo que Aceca. Ora não só metade de Aceca seria doada no mesmo ano de 1166 a Gutierre Téllez, pai do mordomo-mór Rodrigo Gutiérrez, como este último vende metade de Mocejón em 1179(20), escassos treze anos após o privilégio a Pedro Azagra, o que ainda não tem explicação conhecida(3) mas permite extrapolar uma ligação próxima Girón/Azagra. De igual modo, admito como possível, que as genealogias veiculem uma tradicional ligação aos Lara que poderá ter ocorrido mas esteja mal formulada. É questão em aberto e que poderá ser resolvida pela cronologia documental das escrituras que fundamentam as duas hipóteses, a tradicional e a de Sánchez de Mora e que passará por nova filiação para Sancha Rodríguez, por terceiro casamento de Gonzalo ou alternativamente, por nova identificação de homónimos. Qualquer que seja a solução a encontrar, será para aqui despicienda pois, nem por Laras nem por Toroños – e nem por Villalobos(21) – se vê que possa ter vindo Cisneros.
  • Restam assim duas hipóteses para a aquisição do senhorio por Gonzalo Rodríguez:
    a) Extinta a indeterminada linhagem dos senhores de Cisneros, o herdeiro mais próximo seria Gonzalo;
    b) Quer extinta a linhagem quer perdido por qualquer motivo o senhorio – por exemplo se o senhor de Cisneros se tivesse comprometido com os Lara – este teria sido atribuído 'ex-novo'.
  • A favor da última o reconhecido facto de Gonzalo ter gozado de grande favor na côrte devido aos seus bons serviços, recebendo várias tenências incluindo metade de Carrión(22), que fôra do conde de Lara, e Cisneros, arredondar e não apenas acrescer as suas possessões em Campos; a favor da primeira, que prefiro apesar da indeterminação genealógica(23), não ser conhecido o documento de privilégio.
  • A morte de Gonzalo Rodríguez é habitualmente dada cerca ou antes de 1234, embora a última menção como mordomo-mór seja de 8 de Outubro de 1231(24). Por razões adiante mostradas, creio que a sua morte deverá ter ocorrido menos de um ano depois. Foi sucedido pelo seu filho Rodrigo González Girón, senhor de Frechilla, Cisneros e Autillo, 1238-1246 e 1248-1252 mordomo-mór do rei S. Fernando.

  • Os que 'poderão' ter sido

  • É com os irmãos e a descendência de Rodrigo González que se põem os maiores desafios no deslindar desta meada. Seus irmãos são conhecidos por um documento de 8 de Maio de 1222 (Catedral de Burgos)(25) ratificação da doação à Catedral de Palencia de um hospital no distrito de San Zoilo de Carrión. Os filhos dos dois casamentos de seu pai, aí estão elencados.
  • Do primeiro casamento:
    1. Rodrigo;
    2. Teresa, com a aprovação de seu marido Ruy González Ceballos ;
    3. María, com a aprovação de seu marido Guillén Pérez [de Gúzman];
    4. Aldonza, com a aprovação de seu marido Ramiro Fróilaz [filho do conde Fróila Ramírez];
    5. Elvira, com a aprovação da abadessa do Convento de Santa María de Burgos;
    6. Sancha, com a aprovação da abadessa do Mosteiro de San Andrés de Arrojo;
    7. Brigida, com a aprovação da abadessa do Convento de Perales.
  • Do segundo,com Marquesa Pérez:
    Pedro, Muño [Munio], Nuño, María, Elenor, Ines e Mayor, o mais velho com menos de nove, ou oito anos.
  • Apesar da esplêndida informação familiar que esta relação proporciona, tenho razões muito fortes para crer que está incompleta e que lhe faltam dois Gonzalos, um de cada casamento. Quanto ao primeiro implicaria ter havido um esquecimento pelo escriba que redigiu a escritura ou, mais provavelmente, por um dos monges que a reformou pois não creio que a catedral conserve um original de 1222, sendo mais provável que, como habitualmente, este tenha sido uma ou mais vezes copiado devido ao mau estado do original. Deixando razões para o lugar próprio, apenas adianto que, dada a inquebrável sucessão de Rodrigos e Gonzalos nesta linhagem e que se prolonga ainda algum tempo, seria de esperar depois do mais velho Rodrigo que o próximo fosse um Gonzalo. Ora não se vê nenhum Gonzalo nos primeiros três filhos do segundo casamento. Quanto ao segundo, teria nascido já depois de 1222(26).
  • Rodrigo casou três vezes, primeiro entre 1220 e 1230 – Cawley tem [1220] mas faz a única filha que identifica de [1230] – com Maria Fróilaz, já ou depois sua cunhada pelo casamento de sua irmã Aldonza; a segunda a 31 de Março de 1243 – poderá ser a data da escritura – com Teresa López, filha de Lope Díaz 'Cabeza Brava' de Haro, senhor soberano da Viscaya e de sua mulher, a infanta Urraca Alfonso [de León]; casa a terceira vez com Berenguela López, irmã da anterior e ambas irmãs da rainha Mencia, mulher do rei D. Sancho II de Portugal.
  • Do primeiro casamento tem a filha Mencia, que casou com Andrés Fernández de Castro, e do segundo Ines, que casou com o infante D. Felipe de Castela e Leão. Cawley, não se percebe com que bases mas possivelmente por algum artigo de Salazar y Acha, a sua principal fonte nesta linhagem, refere sem qualquer nome ou dado, outro filho do primeiro casamento. Aliás, dado que Rodrigo nasceu antes de 1194 e só casa pela segunda vez em 1243, há amplo espaço para mais filhos do primeiro casamento e até haveria para outro casamento até aqui indetectado. Contudo o que é curial é que Cisneros reaparece numa linha colateral pelo que quaisquer ignorados filhos de Rodrigo ou seriam ilegítimos ou teriam morrido sem descendência sendo muito mais fácil, simples e directo, presumir que não existiram.
  • Poderá também ter sido senhor de Cisneros – mas nunca aparece assim documentado(3) – Ruy (ou Rodrigo) González de Cisneros. O seu nascimento pode, em estimativa muito larga, situar-se em 1230. Uma dispensa papal ao seu neto Juan Ruiz [de Cisneros] refere que morreu com seu filho Juan Ruiz a combater os mouros(27). Isto, como especulação cronológica, seria depois de 1270, para dar tempo a ter um filho em idade de combater e não depois de 1280, fazendo 50 anos a idade máxima provável para ainda combater.
  • Por outro lado, Ruy González não foi religioso, pois tem filhos legítimos e quase certamente não terá sido cortesão, pois não aparece em nomeações nem a confirmar documentos régios(3). Contudo, poderia ter sido da casa do infante D. Sancho, futuro Sancho IV e ter perdido a vida em 1280, no desastre de Moclín(28). Se porventura a minha hipótese está certa, poderia ter sido senhor de Cisneros mas como não se pode concluir do texto da dispensa papal que as mortes, dele e do filho, tenham sido simultâneas, poderá ter morrido antes e não ter tido tempo de herdar Cisneros. Fica assim por decidir se terá ou não sido senhor de Cisneros e, em verdadeiro rigor, também não se sabe se usou ou não Girón ou Cisneros, mas inclino-me para que possa ter usado Cisneros pois uma outra dispensa papal(27) identifica sua filha como Juana de Cisneros, sem patronímico, o que indicia já o uso de Cisneros nesta linha.
  • Teria casado com Elvira, que uns dizem da família de Saldaña, outros da de los Cameros(1).
  • De qualquer forma, ainda que não tenha sido senhor de Cisneros, transmitiu o direito sucessório a seu filho Arias, direito esse que terá herdado de seu pai Gonzalo González. Na hipótese de reconstrução que faço, Gonzalo González, teria sido irmão mais novo de Rodrigo González Girón(29), aliás como já sugerido por Carlos Estepa Diez, e teria ficado esquecido numa reforma da escritura de 1222.
  • Que existiu um Gonzalo González desta linhagem, casado com Teresa Arias [de Quesada, Quixada ou Quijada] filha de Arias González de Quesada e de sua mulher María Fróilaz, não há quaisquer dúvidas, pois:
  • a) Em 1233 o casal Gonzalo González e Teresa Arias protagoniza uma importante venda de bens ao comendador de Población na Ordem dos Hospitalários por 3.500 maravedís(30);
  • b) Num documento de 1 de Setembro de 1282(25) (Mosteiro de Benavides) Rodrigo González de San Román (31) e sua mulher Elvira, chegam a acordo com o mosteiro sobre a igreja de Villacid; declara-se filho de Gonzalo Ruiz, menciona seu tio Rodrigo González e sua avó Teresa Arias, filha de María Florez. Este Rodrigo Glz. de San Román, seria o pai de Gonzalo Rodríguez Girón que casaria com María 'la Raposa' Téllez de Meneses e assim origem dos Teles Girão, com ilustríssima descendência em que se incluem os duques de Osuna em Castela e os de Bragança em Portugal. Não há certezas quanto a este San Román. Salazar y Castro diz que ficou assim conhecido por ter sido senhor de San Román e apenas vejo duas hipóteses, qualquer delas com alguma ligação aos primeiros Girón. Estes tiveram o castelo de San Román [de Entrepeñas] e ficaram com a vila que o mordomo-mór Rodrigo González deixou a sua mulher Berenguela López [de Haro]. Berenguela doou depois San Román e Derruñada em 1274 ao convento das 'Comendadoras de Santiago' e havia já vendido bens, certamente não vinculados, em San Román antes de 1258 o que foi causa de querelas na execução da herança e que foram dirimidas por Alfonso X conforme consta de documento da sua chancelaria, pelo que Rodrigo Glz. não poderia ser senhor deste San Román. Mas nada obsta a que pudesse ter tido o seu castelo que, depois ter sido dos Girón entre 1215 e pelo menos 1240, talvez 1256, andou por outras mãos mas retornaria a esta família em 2 de Junho de 1417, quando o rei Enrique II o entregou a Gonzalo Gómez 'el Mayor' de Cisneros, que o teve em vida e o terá transmido aos seus sucessores. Não seria assim nada de mais que este Rodrigo González também tivesse tido o castelo e dele tomasse o nome. A não ter sido San Román de Entrepeñas, apenas vejo San Román de la Cuba, também em Tierra de Campos, hoje integrado no Partido de Frechilla e também com anterior conexão aos Girón(32).
  • Mas há uma directa relação com a igreja objecto do acordo, anteriormente doada por Rodrigo González Girón e sua mulher María Fróilaz e cuja doação ou por ser reversível ou por qualquer outra causa menor – direito de padroado ou rendas – teria sido objecto de disputa e agora de acordo(33).
  • Demonstrado que Gonzalo González existiu nesta família haverá que verificar se poderia ser irmão de Rodrigo González Girón. Antes do mais por estimativas cronológicas em duas linhas:

  • 1260 – Arias González de Cisneros (a data estimada de 1260 será explicada abaixo)
    1230/35 – Ruy González [de Cisneros] c.c. Elvira [de Saldaña ou de los Cameros]
    1200 – GONZALO GONZÁLEZ
    1165 – Gonzalo Ruiz Girón

  • 1235/40, † 1280 – Gonzalo Rodríguez Girón, 17º Mestre de Santiago
    1200 – GONZALO GONZÁLEZ
    1165 – Gonzalo Ruiz Girón

  • Vimos já que Rodrigo González era já nascido em 1194 e que o pai casa a segunda vez em 1213 pelo que um irmão Gonzalo a nascer por 1200 é apenas o que seria esperado já que o intervalo possível seria 1195-1213.
  • Acrescento agora que no já mencionado documento de 1258 em que alguns herdeiros de Rodrigo Gonzalo estorvam a viúva Berenguela López, são referidos Roy Gonçaluez y Gonçalo Royz, ffijos de Gonçalo Gonçaluez Giron; identifico aqueles com o pai de Arias González e com o 17º mestre de Santiago, pai de Rodrigo González de San Román. Concatenando cronologia e interesse na herança, para Gonzalo Glz. não ser irmão de Rodrigo González, apenas poderia ser filho deste, o que recuso quer porque a cronologia, embora não de todo impossível, ficaria encurtada ao limite quer porque seria desconforme com o sistema patronímico(34).
  • Serem Gonzalo González e Rodrigo González irmãos, é ainda corroborado por uma escritura(35) de 29 de Outubro de 1132 (Huelgas, Doc. 270) em que Rodrigo González e Gonzalo González amos hermanos vêm a juízo defender alguns interesses localizados na área em que os Girón têm propriedades. Poderiam estes não ser Girón mas, a ser, pertenceriam a esta geração - anteriormente o sistema patronímico ainda estava em pleno vigor e teriam de ser Rodríguez e não González - e, como corolário, o pai teria já falecido. Por outro lado, a identificação destes outorgantes de 1232, é indirectamente confirmada por outra escritura, esta de 1 de Maio de 1234 em Otero de las Dueñas(35): Seniores in Vallemiriel: Rodericus Gonzalvet, Don Ramiro, Rodericus Roderici, Gonzalvo Gonzalvet em que os referidos se identificam facilmente com estes Girón, pois além dos mesmos dois presumidos irmãos, os outros seriam Don Ramiro Fróilaz, filho do conde Fróila Ramírez e casado com Aldonza, também irmã, e Rodrígo Rodríguez, tio dos outros três, filho de Rodrigo González e casado com Ines Pérez, do qual se sabe que viveu até tarde pois ainda aparece anos depois a confirmar o testamento de um sobrinho neto.
  • Também numa escritura referida no documento de 1258 e que terá de ter tido lugar entre 1256 e 1258 intervém um Don Gomez González que, no contexto, apenas poderia ser:
    a) Outro ignorado irmão de Rodrigo, esquecido na escritura de 1222;
    b) Uma má leitura de Gonzalo González;
    c) O filho mais velho sobrevivo de Gonzalo González, como prefiro.
  • Se Gonzalo González morreu cedo – ainda não herdado e por isso não lhe seria dado o Don em 1258 – mas deixou um filho Gomez González a quem é dado o Don em 1257, a não ser este Don eclesiástico o que não parece provável, o mais certo era ser ele o herdeiro de Cisneros, explicando porque não foi dado o Don a seu irmão Ruy González em 1258. Note-se que os bens objecto de querela, herança de Beringuela López, eram bens não vinculados que interessariam a filhos segundos, enquanto Gomez González, já herdado de Cisneros e sem direito a mais, não teria qualquer interesse em embaraçar Beringuela pelo que já não seria chamado por esta em 1258. Este Gomez González, teria morrido sem filhos legítimos pois, aqui já sem quaisquer ambiguidades, foi senhor de Cisneros Arias González de Cisneros, hipoteticamente seu sobrinho.
  • Finalmente que Gonzalo González é filho de Gonzalo Rodríguez, é ainda corroborado por um documento de 1239 publicado por Ramon Menéndez Pidal em "Documentos Linguísticos de España" em que se lê: "...el canciller Gonçaluo Gonçaluez, fide Don Gonçaluo Royz...".
  • Embora nenhum dos citados documentos seja 'de per si' indiscutível, o conjunto não deixa grande margem a dúvidas.

  • A sucessão sem dúvidas

  • Arias González de Cisneros, filho de Ruy González e de Elvira [de Saldaña ou de los Cameros] neto de Gomez González e de Teresa Arias, foi buscar o nome ao bisavô, Arias González de Quesada, e por isso alguns o fazem erradamente filho do avô Gonzalo González.
  • Arias foi aprisionado no desastre de Moclín em 1280 e viveu cerca de 24 anos em poder de muçulmanos em Alcalá el Real ou Alcalá de Henares. Aí, entre 1291 e 1299 foi pai de 6 filhos naturais. Regressado a terras de Castela em 1304, casou meses depois com Mencia de Manzanedo, sobrinha e herdeira da infanta Juana Gómez de Manzanedo, de quem teve pelo menos dois filhos, provavelmente três ou ainda mais (36).
  • Admitindo que estaria solteiro em 1280, 1260 mais ou menos cinco anos, parece uma estimativa razoável para o seu nascimento, como acima se utilizou.
  • Dos seus filhos naturais, dois não terão atingido os 18 anos de idade e os outros quatro foram religiosos, conhecendo-se diversos benefícios papais que lhes foram concedidos. Deles destaca-se Juan Ruiz – cuja filiação em Arias Cisneros ainda é motivo de controvérsia mas parece ser já dominantemente aceite – autor do 'Libro de buen amor' e assim um dos primeiros e maiores poetas medievais. Foi a ele que em 28 de Junho de 1321 foi concedida uma dispensa papal de nascimento para poder ser nomeado bispo quando completasse trinta anos. O mais novo, Rodrigo González, tinha 19 anos em 12 de Junho de 1318 quando era já arcediago em Molina e canónico em Sigüenza.
  • Quanto aos filhos de Mencia de Manzanedo, foram Juan Rodríguez de Cisneros, que herdou Cisneros e combateu no Salado (1340) cujo nome teria sido o de seu tio que morrera a combater os mouros com seu avô; Gomez González de Cisneros, 'el Mayor' para se distinguir de seu sobrinho homónimo e que terá ido buscar o nome a seu tio avô, o atrás citado Don Gomez González da escritura de ca. 1257 e casou com Urraca de Gúzman; sem certeza, ainda Gonzalo Rodríguez de Cisneros 'el doncel de Palencia'.
  • Foram irmãos de Arias González, Simón Girón de Cisneros, bispo de Sigüenza que recolheu e educou os seus sobrinhos quando Arias regressou, conseguindo-lhes depois benefícios papais que, embora não fossem muito importantes em termos pecuniários, eram desproporcionados às suas jovens idades e contrários às leis canónicas nas acumulações; e Juana de Cisneros, que obteve dispensa expedida em Avinhão pelo Papa João XXII em 9 de Novembro de 1319, para o seu já efectuado casamento com Fernando Rodríguez de Saldaña pois, estando casada com Gomez Gil de Villalobos que abandonara sem sanção eclesiástica, voltara a casar em vida dele.
  • O bispo Simón, que estudiosos da correspondência da infanta María de Aragón, nora da rainha María de Molina, consideram ser da sua família em sentido alargado, e também ambos ligados ao arcebispo de Toledo, Gil de Albornoz (37), quer por essa pista quer pela onomástica – Simón e Juana, são nomes até aqui desconhecidos nesta linhagem – pode bem vir a ser a chave para se descobrir se a mãe seria Saldaña ou de los Cameros.
  • Depois de Arias González, a sucessão recaíu, como acima ficou, em seu filho Juan Rodríguez, casado com Mencia de Padilla, pais de:
  • Ruy González de Cisneros, que morreu em 1371 sem descendência legítima mas de quem descenderá o célebre Cardeal Cisneros que, noutra versão que não aprofundei, descenderia de Gonzalo González.
  • Gomez González 'el Mozo' de Cisneros, irmão e herdeiro do anterior que morreu sem descendência.
  • Teresa e Mencia de Cisneros, irmãs dos anteriores. Teresa casou com Pedro Manrique III, 6º senhor de Amusco, etc.. Mencia, que primeiro herdou de seu irmão Gómez e depois de sua irmã Teresa, casou com Garcilaso de la Vega III. A filha única de ambos, Leonor de la Vega, era a maior herdeira de Espanha quando casou em segundas núpcias com o almirante Diego Hurtado de Mendoza, em cuja família ficou o senhorio de Cisneros.

  • Nota final

  • Não pesquisei se após a morte de Gomez González 'el Mozo' Cisneros foi dividido ou conjuntamente herdado por suas irmãs, o que parece mais provável. Também não sei se entre meados do séc. XIII e finais de XIV se poderiam ter alterado as regras ou as práticas das sucessões.
  • De qualquer forma, a sucessão do mordomo-mór Gonzalo Rdg. Girón é de certa forma inesperada pois ocorre em linha agnática colateral apesar da existência de duas filhas legítimas. É certo que, à semelhança do que se encontra melhor documentado em Inglaterra, por vezes os reis interferiam nas sucessões mas isto ocorria normalmente por motivos militares ou de segurança quando existia um castelo e os herdeiros preteridos eram de menor idade. Ora neste caso nem se vê que haja castelo algum – e a haver não seria significativo como Autillo ou San Román – como a filha do primeiro casamento estaria já casada.
Notas
  • (1) Salazar y Castro em "Historia Genealogica de la Casa de Lara"
  • (2) Em graus diferentes prefere o mais próximo, no mesmo grau prefere o varão e no mesmo sexo prefere o mais velho.
  • (3) Entenda-se "eu desconheço", "eu não encontrei" ou "que eu tivesse encontrado".
  • (4) Excepto conflitos sobre casas e bens otros herediamentos situados em Cisneros mas que integrariam ou não o senhorio, sendo apenas esse o âmbito da querela mas pacífica a sucessão.
  • (5) Em alguns "websites" de genealogias particulares, o conde Pelayo Peláez aparece já como señor de Cisneros e num ou noutro caso indica-se Salazar y Castro como fonte. Atendendo à enorme obra deste último não posso descartar que assim seja mas parece-me mais provável que se trate de uma dedução gratuita a partir da posse pelo filho Gonzalo.
  • (6) Esta última filiação é cronologicamente impossível e integra-se na cultura da época de Salazar y Castro em que às principais famílias da alta nobreza era quase sempre atribuída uma origem agnática real. Contudo segundo Margarita Torres Sevilla (1999) é provável que Fruela II seja de facto um ascendente mas por linha feminina e em geração mais recuada.
  • (7) Wikipedia espanhola no artigo sobre Gonzalo Peláez o qual indica como fonte a "Chronica Adefonsi Imperatoris" que, contudo, não incluirá esta informação (11.8.2009).
  • (8) Apesar da falta de fontes e das dificuldades encontradas no seguimento, esta hipótese tem o aliciante de justificar todos os principais nomes utilizados pelos Girones, depois Cisneros: Gonzalo, Rodrigo e Pedro.
  • (9) Prudencio de Sandoval (1557-1620) em "Historia de los reyes de Castilla y León".
  • (10) Martín Fernández de Navarrete (1765-1844) em "Españoles en las Cruzadas".
  • (11) "D. Pedro Girón, Duque de Osuna" 2005, por Luís M. Linde.
  • (12) Só aparece pela primeira vez como batalha em crónicas escritas no séc. XIV e poderia ter sido apenas uma escaramuça ou um fossado.
  • (13) Este último conde Rodrigo González, tenente de Toledo em 1132, tem sido ultimamente identificado como Lara, o que não considero líquido. Reilly no seu excelente livro sobre Alfonso VII, não questiona a identificação com o conde de Lara mas, analisada a sua explicação, porquanto as relações entre Alfonso VII e os Lara eram, no mínimo, muito complicadas, apenas me convenceu de que, fosse ele quem fosse, muito dificilmente seria Lara.
  • (14) Independentemente da veracidade da lenda, a evidência heráldica é indiscutível pois o primitivo escudo dos Girón era Cisneros carregado de 3 girones de ouro sobre vermelho, tendo um cavalo por timbre.
  • (15) De acordo com o rígido sistema patronímico, seria seu filho Gonzalo Rodríguez, atestado em 1141 e 1158, e seu neto Rodrigo González Girón que as genealogias tradicionais dizem mordomo-mór de Alfonso VIII, falecido na Batalha de Alarcos (1195) e casado com Sancha Rodríguez (de Lara) questão demasiado complexa para poder aqui ser analisada.
  • (16) A mais antiga que encontrei foi o "Compendio ..." do Dr. Jeronimo Gudiel (1577) e este remete para o nosso conde D. Pedro.
  • (17) Salazar Acha, como citado por Cawley, tem-no por filho de Tello Gutiérrez, da família dos Alfonso; Carlos Estepa Diez em "Las Behetrias Castellanas" Volume I, págs. 288 e segs. diz filho de Tello Fernández, de outras famílias cf. extractos contextuais de Mara González Morejón em SGM-Giron.
  • (18) San Salvador del Moral, documento XXI, datado 19 de Julho de 1166.
    [uma transacção por Sancha Muñoz]
    Regnante rex Aldefonsus en Castella et rei don Fernando en León: don Gutierre en Castro et Pedro Roiz en Astudiello, Diago Munnoz en Amaia, compte don Nuno en Avia et en Ferrera et Rodrigo Girón en Monzón"
    [Mara González Morejón em 24.7.2009 - SGM-Giron – Crédito a María Emma Escobar]
  • (19) De acordo com "La fundación de las Órdenes Militares" por Francisco Ruiz Gómez, baseado em documentos da Ordem de Calatrava, aliás citados por alguns outros autores desde Gudiel e pesquisáveis on-line.
  • (20) "Las Behetrias Castellanas" por Carlos Estepa Diez" Volume I, com início na pág. 288, cf. extractos contextuais por Mara González Morejón em 22.7.2009 - SGM-Giron.
  • (21) Nem por Manzanedo que seria uma identificação alternativa para Marquesa Pérez, adiantada ainda sem confirmação por Mara González Morejón já em Agosto de 2009.
  • (22) Carrión foi entregue a si e seu irmão Rodrigo Rodríguez e era anteriormente ½ do conde de Lara e ½ de outro Gonzalo Rodríguez que já a tinha em 1183. O facto de Gonzalo Rodríguez Girón ter recebido ½ de Carrión após a morte do conde Álvar Nuñez de Lara e ter havido um outro Gonzalo Rodríguez que a tinha em 1183 levou ao muito difundido erro de que Gonzalo Rdg. Girón seria já tenente de ½ de Carrión em 1183. Contudo Sánchez de Mora em recente estudo que aborda os Salvadores/Manzanedo demonstrou que aquele primeiro Gonzalo Rodríguez era da linhagem dos Manzanedo e muito ligado aos Lara, sendo o que aparecia na documentação de Alfonso VIII desde 1173 com a dignidade condal, que Gonzalo Rdg. Girón nunca teve.
  • (23) Todas as tradições sobre o lendário conde D. Rodrigo dizem-no da linhagem de Cisneros mesmo quando lhe chamam Girón – que seria derivado da alcunha "el de los girones" – facto que não seria ignorado quando os Girón modificam ou assumem as suas armas pelo que é difícil que, independentemente da veracidade da lenda, inexistisse qualquer ligação a Cisneros.
  • (24) Charles Cawley em "Medieval Lands – A prosopography of medieval European noble and royal families" alojada no "site" de "FMG – Foundation for Medieval Genealogy".
  • (25) Mara González Morejón, SGM-Giron.
  • (26) Enquanto o primeiro - Gonzalo González - está conforme com o sistema patronímico, o segundo - Gonzalo Roiz - é atípico pois repete o nome do pai. Além da hipótese de ser um filho fora do casamento, pouco provável pois aparece envolvido em questões de heranças, pode-se especular que poderia ter nascido póstumo em 1232, o que explicaria a repetição.
  • (27) Pedro Olea Álvarez em "DOCUMENTOS PONTIFICIOS PARA LA HISTORIA DA LA DIÓCESIS DE SIGÜENZA (1305-1371)" Wad-al-Hayara: Revista de estudios de Guadalajara, ISSN 0214-7092, Nº. 21, 1994 , pags. 257-288.
  • (28) Em Junho de 1280 em Moclín, as forças comandadas pelo infante D. Sancho, então com 22 anos de idade, sofreram pesada derrota tendo morrido cerca de três mil cristãos e ficado quase dizimada a Ordem de Santiago. Se Gonzalo Rodríguez efectivamente morreu em Moclín, com ele morreu também o seu irmão Rodrigo González, mestre de Santiago e o seu filho Juan Roiz, tendo ficado prisioneiro o seu outro filho Arias González.
  • (29) Gonzalo documenta-se como chanceler do rei S. Fernando em 1239 mas ainda como filho de don Gonçalo Royz e só mais tarde é chanceler-mór, enquanto Rodrigo é já mordomo-mór em 1238.
  • (30) "LA ORDEN MILITAR DE SAN JUAN EN CASTILLA Y LEÓN. LOS HOSPITALARIOS AL NORTE DEL SISTEMA CENTRAL (SIGLOS XII-XIV)" por Carlos de Ayala Martínez, prof. da Universidad Autonoma de Madrid em Historia. Instituciones. Documentos, 26 (1999), pg. 25, nota 141.
  • (31) Creio que só poderá ser a este Rodrigo Glz. de San Román que Sánchez de Mora se refere: Ruy González Girón – 1298 vasallo de Juan Nuñez II, lo acompaña a Aragón. Debe de identificarsele con Rodrigo González Girón III que ejercía la jefatura del linaje al final del siglo XIII apesar de não serem claros nem o motivo da vassalagem ao Lara nem o III que lhe atribui; e mostraria já a separação de Girón e Cisneros em linhagens distintas.
  • (32) No já citado documento de 8 de Maio de 1222 (Catedral de Palencia) em que se listam os filhos dos dois casamentos de Gonzalo Rodríguez Girón, entre as propriedades doadas figuram as recebidas de Álvar Pérez em San Román de la Cuba.
  • (33) Este argumento, ao contrário do que alguém defendeu, não perde o seu valor apenas porque há uma pequena possibilidade, até aqui não provada nem reprovada, de que a mãe de Teresa Arias, María Flórez, fosse a mesma María Fróilaz – Flórez=Fróilaz não oferece grande dúvida – que teria casado com Arias González de Quesada e, depois de viúva, com Rodrigo González. Nesta hipóteseTeresa Arias teria intervindo como herdeira de sua avó e não do marido mas isso apenas afectaria a vinculação dos bens e não a relação aos Girón, acrescentando-se que é hipótese pouco crível dado que os Quesada seriam da pequena ou média nobreza local e dificilmente casariam com uma filha de um conde.
  • (34) É certo que este sistema começaria nesta época abrir brechas, ficando estilhaçado menos de um século depois mas, no período de transição, a ocorrência mais vulgar era a repetição do nome do avô, menos vezes de bisavô ou até tio ou tio avô – o que já ocorre nesta família duas gerações abaixo – mas não há qualquer anterior Gonzalo González.
  • (35) María Emma Escobar, SGM-Gonzalo González Giron (6 e 7.8.2009).
  • (36) "Morada de la palabra: homenaje a Luce y Mercedes López-Baralt", Volume 2, por William Mejías López: Artigo de págs 33 e segs. "La nueva biografía de Juan Ruiz" por Francisco Márquez Villanueva, Harvard University, Cambridge, Massachussets.
  • (37) Diversos de que se exemplifica com Carmen Juan Lovera na sua comunicação "Datos biográficos de Juan Ruiz de Cisneros y acontecimientos históricos reflejados en el Libro de buen amor" lida no Centro Virtual Cervantes – Arcipreste de Hita.
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