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Cláudia Neptunina Tavares de Almeida
História
  • CLÁUDIA NEPTUNINA TAVARES DE ALMEIDA
  • http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=21154

    Esta minha parente – “mais” parente do que a BD deixa revelar – tem algumas particularidades que a tornam genealogicamente interessante. Logo a começar pelo segundo nome, até agora único na BD – a introdução de “neptunina” na caixa de pesquisa leva directamente à sua página – e significativo como se verá.

    Como me foi transmitido por um manuscrito de um falecido parente, o primeiro a investigar a história da nossa família, foi a quarta e única filha de 6 irmãos. Seriam então, João, José Maria, António, Cláudia Neptunina, Francisco e Frederico. Dos três primeiros conhecem-se as datas e locais de nascimento, do primeiro e do terceiro, ambos generais, por documentação militar e do segundo por constar no cemitério em que repousa; dos últimos três nada se conhece. É certo que na BD está como nascida c. 1810 – 5 anos antes do casamento dos pais – e em Alcântara. 1810 é o ano de nascimento do marido e Alcântara consta no seu assento de casamento mas, sendo óbvio que não nasceu em 1810 não encontrei o seu nascimento, nem o de seus irmãos em S. Pedro de Alcântara entre 1821 e 1828. Tratando-se para mim de uma colateral, não dediquei especial atenção à investigação e, no limite, poderia mesmo não ter visto os Livros dos Baptismos com atenção e ter-me limitado aos nomes à margem, de que anotei que não consta.

    Seu pai tem no AHM documentação suficiente para reconstituir toda a sua relativamente curta vida militar e em particular as informações semestrais lançadas nos Livros Mestres, embora com atraso como é habitual, permitem constatar o nascimento por esta ordem de 3 filhos varões, uma fêmea e mais um varão. Em requerimento datado de 13.10.1825 diz ter 5 filhos e em requerimento de 17.5.1827 diz 5 filhos e uma filha. Fez toda a campanha de Montevideo (1816-1823) e aí lhe nascem os 3 filhos mais velhos, respectivamente em 1816, 1818 e 8.8.1820. Sabemos já que em 13.10.1825 já era nascido Francisco e ficamos assim com o nascimento de Cláudia delimitado entre a 2ª metade de 1821 e final de 1824. E mais não saberíamos se não fosse Neptunina! ... mas tão esdrúxulo nome só pode estar associado a viagem marítima e, possivelmente, a data próxima do atravessamento da linha equatorial quando era habitual nos navios de linha fazer a festa de Neptuno, o deus dos Mares. Para determinar com mais exactidão o seu nascimento e enquanto não for encontrado o registo que certamente existe, se não em Alcântara, possivelmente em Belém ou em Santa Isabel, haveria que descobrir o registo do navio que transportou o 2º Regimento de Cavalaria dos Voluntários Reais d'Elrey de regresso a Lisboa e que igualmente terá transportado as famílias dos oficiais pois duvido que uma mulher se atrevesse a pôr tal nome a uma filha sem o consentimento presencial do marido.
    Sempre com base na documentação no AHM, verifica-se que seu pai gozou 2 licenças em 1825 e nenhuma em 1824, ano em que foi colocado em Cavalaria 5, mais exactamente em 28.10, o que foi a primeira colocação após o regresso de Montevideo. Com estes dados, apostaria no nascimento para finais do Verão de 1824.

    D. Claúdia Neptunina casa em 22.4.1839, como vem na BD, na Ermida dos Milagres, Travessa dos Ladrões, freguesia de Santa Isabel com dispensa de provanças e de pregões e licença de Sua Eminência. Seu marido era então empregado nas Côrtes e foram testemunhas o Exmo. Rodrigo da Fonseca Magalhães, Ministro e Secretário d'Estado Honorário e Dom Francisco de Zuniga(?), ambos com a mesma morada em Santos-o-Velho e que estiveram presentes e assinaram. De invulgar a matinal hora “nove da manhã” e a idade da noiva que, se o meu palpite está certo, ainda não teria completado 15 anos, enquanto o noivo ia já nos 29. Mais invulgar parecia o casamento “in articulo mortis”, no mesmo dia pelas “nove da tarde” e no Nº 17 do Largo da Estrela, morada comum dos 4 noivos, de seu irmão José Maria, então com 21 anos, com uma noiva 6 anos mais velha mas afinal casou com uma prima direita e o "articulo mortis" terá sido a maneira de evitar as complicações e despesas de obtenção da dispensa por consanguinidade.

    Originalmente, a BD atribuiu-lhe 5 filhos, Rafael, Rodrigo, Eugénia Cláudia, José Maria e João. Acontece porém que tenho cópia de documento autêntico – escritura de partilhas – em que um filho é João Rafael e disso dei conhecimento ao então Genea à atenção do autor da obra indicada como fonte “Apontamentos para História e Genealogia da Família Everard” e, de facto, o João lá passou a João Rafael mas manteve-se o Rafael. Desconheço fonte que tal justifique e, ao invés, possuo fotocópia de um artigo de enciclopédia que atribui a José Maria de Sousa Monteiro apenas 4 filhos. Incidentalmente, esse artigo enciclopédico ou um outro, também contrariam a BD em dados da ascendência de José Maria de Sousa Monteiro mas, tratando-se de familiares de um afim de uma colateral, é questão que extravasa o âmbito do meu interesse.
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