Familias da Iberia
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Fontes
AL-pg.39-40
GEPB-vol. 1-pg. 746-758
Albuquerque
História
  • ALBUQUERQUE
  • A família Albuquerque é um ramo da família de Menezes e esteve ligada, desde a sua origem, às casas reais de Castela e de Portugal, bem como a todas as grandes famílias da Península.
  • D. Afonso Teles de Menezes, 2º senhor de Menezes e Medelim foi o primeiro povoador de Albuquerque, vila de quem também teve o senhorio. Casou duas vezes: a primeira com D. Elvira Girão, tendo a sua descendência usado o apelido de Girão. Casou a segunda vez com D. Teresa Sanches, filha bastarda de D. Sancho I, e deste casal foi filho D. João Afonso de Menezes, que sucedeu nos senhorios de seu pai e foi rico-homem e alferes-mór de D. Afonso III de Portugal, de quem era, aliás, primo co-irmão.
  • De D. João Afonso foi filho, entre outros que continuaram o apelido de Menezes, D. Rodrigo Anes Telo de Menezes que foi 3º senhor de Albuquerque.
  • Do seu casamento com D. Teresa Martins de Soverosa foi filho D. João Afonso de Albuquerque, 4º senhor de Albuquerque e primeiro a adoptar o apelido.
  • Este D. João Afonso de Albuquerque foi mordomo-mór do rei D. Dinis e conde de Barcelos por mercê de 8.5.1298, e dele descende a família de Albuquerque, em Portugal e Espanha.
  • ARMAS: As armas antigas: De vermelho, com cinco flores-de-lis de ouro.
  • Timbre: uma asa de negro, com cinco flores-de-lis de ouro postas em sautor.
  • As armas modernas: esquartelado: o 1º e o 4º de prata, com cinco escudetes postos em cruz, cada escudete carregado de cinco besantes de prata, em sautor; o 2º e 3º de vermelho com flores-de-lis de ouro postas em sautor.
  • Timbre: um castelo de ouro rematado por uma flor-de-lis do mesmo ou uma asa de negro carregada de cinco flores-de-lis de ouro postas em sautor.
  • CORREIA - CORRÊA
  • Grande e ilustre linhagem portuguesa, a sua genealogia pode traçar-se documentalmente desde épocas bastante recuadas.
  • A ela pertenceu D. Frei Paio Peres Correia, que foi mestre da Calatrava. É de admitir que o seu nome nascesse das armas que se sabe que usavam desde pelo menos a segunda metade do séc. XIII. O ramo dos Correias que conservou o senhorio do couto de Farelães - e que, por isso mesmo, eram designados por Correias de Farelães - aliou-se à linhagem dos Aguiares e comemorou tal ligação heraldicamente, tendo passado a usar outras armas.
  • Outro ramo (Belas) veio ligar-se com os Atouguias pelo casamento e, desse modo, a herdar o senhorio de Belas, pelo que passou a usar as armas daquela linhagem, com o timbre da sua. António Correia, a quem fazem derivar dos Correias de Farelães, distinguiu-se muito na Índia, durante o governo de Diogo Lopes de Sequeira e foi capitão-mor de uma frota contra o Rei de Bahrem ou Bérem, a quem venceu. Por tal razão lhe deu o Rei D. João III por carta de 14 de Janeiro de 1540 um «acrescentamento» honroso de armas.
  • Este António Correia deixou progénie, tanto em Portugal como na Índia, tendo o primeiro ramo adoptado a designação de Correia de Barém. O segundo, talvez proveniente de uma filha natural, permaneceu no reino de Ormuz, ai dando origem a uma ilustre família que readaptou a religião maometana e se mestiçou com uma família principesca dos Emirados Árabes Unidos, que não esqueceu as origens portuguesas, usando à europeia as armas daquele seu antecessor.
  • Subsistem na actualidade algumas famílias que mantêm o uso da grafia antiga, Corrêa. Na impossibilidade de sabermos em rigor quem assim assina ou está registado, por uma questão de uniformização adoptámos aqui a grafia moderna, i.e., Correia.
  • ARMAS: Primitivas: de ouro, fretado de vermelho, de seis peças. Timbre: dois dos braços armados de prata, recamados de ouro, com as mãos de carnação e espalmadas, os pulsos passados em aspa e atados de vermelho.
  • VIEGAS
  • Tratando-se do patronímico de Egas, haverá mais do que uma família com este nome, entre as quais poderá haver algumas que assim aportuguesaram a sua designação espanhola de Venegas.
  • Apontam tradições familiares de um ramo do Algarve para a origem num Ali Biegas, de origem muçulmana que, no momento da sua conversão ao cristianismo, adoptara o nome de João Viegas.
  • ARMAS: De azul, quatro bandas de prata. Timbre: um leopardo de azul, picado de prata.
  • GORDO
  • Fernando González Doria, escribe en su Diccionario Heráldico y Nobiliario de España, que es el de Gordo un apellido aragonés, de Zaragoza, desde donde se extendió por toda la Península.
  • Comparten esta opinión autores como los hermanos García Carrafa y Bizén d´O Río Martínez, el cual afirma en su Diccionario de Heráldica Aragonesa, que varias poblaciones (aragonesas), acogen portadores de este apellido desde el siglo XV.
  • No obstante, existieron otras casas del apellido Gordo, distintas de las aragonesas. Así, se tiene constancia de casas de este apellido, desde tiempos antiguos, en Castilla la Vieja, Galicia y Andalucía.
  • De una casa que hubo en la villa de La Requijada (Segovia) descendió el caballero Pero Gordo, que obtuvo Real Provisión de hidalguía ante la Chancillería de Valladolid, en 1534.
  • Otra casa hubo en Manganeses (Zamora), donde floreció Antón Gordo, el cual realizó probanza de hidalguía ante la Real Chancillería en 1605.
  • Las ramas gallegas tuvieron asientos importantes en la provincia de Pontevedra. Concretamente de la ciudad de Vigo descendió el caballero Bartolomé Gordo, que probó su hidalguía en Valladolid, en 1566.
  • Por otra parte, en el Archivo General Militar de Segovia, se custodian diversos expedientes pertenecientes a militares portadores del apellido Gordo de entre los cuales destacamos los siguientes: Juan Gordo, Milicias, año 1871. Se conserva su expediente matrimonial; León Gordo Pardo, Infantería, año 1808.
  • Noble; y Ambrosio Gordo Sáez, Jurídico, año 1839.
  • En relación al origen etimológico y significado del apellido Gordo, en el Diccionario de apellidos españoles, podemos leer que procede del adjetivo castellano gordo, aplicado como apodo a personas muy gruesas o corpulentas.
  • Armas: en el ya mencionado Diccionario de Heráldica Aragonesa, se describen las siguientes armas para los Gordo de Zaragoza: En campo de gules, banda de oro, con cruz de gules.
  • ALMEIDA
  • Felgueiras Gayo em seu Nobiliário de Famílias de Portugal, dá a origem dos ALMEIDAS, em Payo Paes Guterres, fundador do Morgado de Tibães, Rico Homem do Conde Henrique da Borgonha, (1035-1114), c.c. Teresa, (fal. 1130), filha de Afonso VI, Rei de Leão e Castela, de quem recebe o título de Conde de Portugal. Esse Payo Guterres c.c. Moninha, Dama da rainha Dona Teresa, tem um neto, Payo Guterres, Senhor do Castelo de Almeida, que tomou dos árabes em Riba Coa, ao tempo de Sancho I, (1154-1211, 2o Rei de Portugal), e que legou aos descendentes que tomaram do nome deste Castelo o sobrenome de família ALMEIDA. João Fernandes de Almeida, é o 1o a aparecer na história com esse sobrenome, nas Inquirições de 1258, pois, entre 1223 e 1245, fundou no termo de Azurara da Beira, hoje Concelho de Mangualde, nas terras da Herdade da Cavalaria que recebera com muitos privilégios d’El Rei Sancho I, a vila de ALMEIDA. João Fernandes de Almeida é filho de Fernão Canelas que era Senhor das Quintas de Pinheiro e Canelas. Seu neto, Lourenço Anes de Almeida, foi Alcaide-Mor de Linhares e Castelo Novo. Há, também, Fernão Alvares de Almeida, Alcaide-Mor de Abrantes, aio dos filhos de D. João I, o Mestre de Avis, (1357-1433, 10o Rei de Portugal), seu filho, Diogo Fernandes de Almeida está sepultado na igreja de Sta. Maria do Castelo e seus descendentes recebem, em 1476, o título de Conde de Abrantes, extinto em 1530 e renovado entre 1645-1656, com Miguel de Almeida, que foi um dos 40 Fidalgos da Restauração dos Braganças, em 1640, cujo Brasão está na Sala dos Brasões do palácio de Sintra em Portugal. Dos Condes de Abrantes, descende outro Diogo Fernandes de Almeida, Prior do Crato, cujo filho, Lopo de Almeida, tem entre seus descendentes: a Casa dos Condes de Avintes, cuja varonia Almeida se conservou até o 8o Conde de Avintes, e a Casa dos Condes de Assumar sendo que, o neto do 1o Conde de Assumar, Pedro de Almeida, foi feito Vice Rei das Índias e recebe, em 1744, o título de Marquês de Castelo Novo, (onde fora Alcaide-Mor, Lourenço, o neto de João Fernandes de Almeida) que é, em 1748, mudado para Marquês de Alorna por ter, Pedro de Almeida, conquistado essa praça de guerra. A varonia Almeida se conserva até o neto do Marquês de Alorna.
  • BRASÃO DE ARMAS: De vermelho, com uma dobre cruz acompanhada de seis besantes, tudo de ouro; e bordadura do mesmo. Timbre: uma águia estendida de vermelho carregada de nove besantes de ouro, três no peito e três em cada asa, ou de negro, também com os nove besantes. Brasão de armas concedido a 01/03/1494.
  • O nome Almeida é composto por 2 palavras árabes:
  • Al: o, a, os, as.
  • Mâjd: glória, com os adjetivos: Majíd: glorioso, Majida: gloriosa
  • Na evolução do árabe para o português:
  • Al majída >> Almajída >> Almaída >> Almaida >> Almeida
  • Ensaio sobre a origem dos Almeida
  • Na origem documental da linhagem dos Almeida está Fernão Canelas, nascido cerca de 1160/80 e falecido antes de 1248, sendo certo que seu filho João Fernandes já tinha falecido em 1258. Fernão Canelas tomou este nome por ter comprado o lugar de Canelas, em Quintela de Zurara (Azurara da Beira, hoje Mangualde), onde fundou uma vila e cavalaria. Esta compra foi feita no reinado de D. Sancho I (1154-1211).
  • «Martinus Martini clerigus sancti Juliani juratus et interrogatus dixit quod villa de Canelas est Caballaria Regis foraria per usum et forum de zurara et Fernandus Canelas habuit eam de compra de tempore domini Regis Sancii avi istius Regis» - Inquirições de 1258.
  • Fernão Canelas comprou também a vila e cavalaria do Pinheiro, igualmente situada em Quintela de Zurara e também durante o reinado de D. Sancho I.
  • «Fernandus Canellas compravit tempore domni Regis Sancii avi istius Regis villam de pineiro forariam Regis de Caballaria de hoste et anuduva voce et calumpnia et collecta et de maiordomo et modo filli de Johane Fernandi de Almeida habent ipsam hereditatem et dant de ea collectan et addit quod domnus Petrus Portugal qui tenebat terram de domno Rege Alfonso pater istius Regis filiavit ipsam villam de pineiro Fernando Canelas pro sua foreira Regis. Et Fernando Canelas didit ei fideius sorem pro ad judicium Regis super hereditate ipsa et fuerunt ad Regem super pacto ipsius hereditatis et addit quod comparavit. Fernandus Canelas ipsam hereditatem de Pedro boõ et de Martino Pedtri de san Cosmadi et de aliis» - Inquirições de 1258.
  • Fernão Canelas possuiu bens nos lugares vizinhos de Matela e Misuela. Nas inquirições fica claro que Fernão Canelas não era de Zurara e aí obteve bens por compra.
  • «Interrogatus si antea Fernandus Canelas habebat in Zurara aliquid de património vel de avolenga dixit non. Martinus abbas dixit similer et addit quod Canelas fuit de hominibus villanis forariis Regis» - Inquirições de 1258.
  • Todos estes bens foram devassados em 1258 e fica claro que Fernão Canelas, ao contrário do que pressupõe a ascendência que depois Frei Bernardo de Brito lhe inventou, não era fidalgo mas antes um rico cavaleiro-vilão melhorado. Como refere Braamcamp, citando o «Elucidário», «os moradores do julgado de Azurara da Beira eram, desde antigos tempos, muito pródigos em conceder as horas de cavaleiros, fazendo-os primeiro seus vizinhos pela concessão do mais insignificante bem de raiz, até uma árvore». Fernão Canelas estaria neste número. E, tendo em conta algumas informações genealógicas, pode aventar-se que seu nome, antes de usar Canelas, era Fernão Martins .
  • Mas verifica-se que, se Fernão Canelas nunca é referido como fidalgo, já seu filho herdeiro o é. Por outro lado, este seu filho, João Fernandes, o 1º a ter o chamadouro de Almeida, possuía a quinta e honra de Almeida, donde tirou o nome.
  • «Lourenco domingues de Cães jurado e perguntado se em esta fregusia ha casa de cavalleiro ou de dona que se defenda per onra disse que ha hi uma quintã que chamam almeida que foi de João Fernandes e ora é de seus filhos e disse que a viou onrrada e disse que onrra toda a aldeia que é herdamento destes filhos dalgo que não entra hi o mordomo delrei por peitas voz e coomba mais cheguaas o Juiz a direito e não entra hi mordomo delRey e tragem no per onrra» - Inquirições de 1288 em S. Julião de Azurara.
  • No reinado de D. Sancho II (1209-1248), este João Fernandes fundou a vila de Almeida (hoje Almeidinha, em Mangualde) numas terras foreiras que comprou. Já tinha falecido em 1258, quando a dita vila pertencia a seus filhos (que seriam ainda novos) e ao segundo marido (Martim Lourenço) de sua mulher, que infelizmente se não nomeia.
  • «Item Joahannes Dominici de Cuia alta juratus et interrogatus dixit quod Johannes Fernandi dictus Almeyda compravit e ganavit de hereditatibus forariis Regis de termino de Zurara scilicet forarie de Caballaria et hoste et anuduva et collecta voce et calumpnia (...) et Johannes Fernandi fecit unam aldeyam que vocatur Almeyda in medio de istis villis (...) forariis Regis sicut scriptum est supra et in istis hereditatibus quas compravit et ganavit forarias Regis. Et modo Martinus Laurencii maritus de muliere que fuit de Johanne fernandi et filli de Johanne Fernandi ipsam villam dalmeyda et nullum forum facit Regi de ea. Interrogato si Joahannes Fernandi habebat antea in apsis locis aliquam hereditatem de padre vel de avo sive ex parte uxoris sue dixit non. Interrogato de tempore quod Johannis fernandi vel ganavit illas hereditates in quibus fecit ipsam villam dixit quod tempore Regis Sancii frater istus Regis». Inquirições de 1258.
  • Temos, portanto, que João Fernandes de Almeida tinha a quintã honrada de Almeida, que assim permanecia com seus filhos, concluindo as inquirições de 1288 pela sua legitimidade, mandando que se guardasse como tal. E que, numas propriedades foreiras que comprou, João Fernandes de Almeida fundou a vila ou aldeia a que deu o nome de Almeida, e que honrou, sendo devassada em 1258. Ora, também nas inquirições de 1258 se verifica que a honra de Almeida fora do cavaleiro João Soares, a quem sucedera João Fernandes. Ou seja: João Fernandes herdou a honra de Almeida de João Soares, que se manteve como tal, e fundou num lugar próximo, que comprou, a vila de Almeida, que honrou mas foi devassada. E verifica-se também que seu filho Estêvão Anes tinha, antes de 1258, um quarto da cavalaria de Freixeosa Alta, também em Zurara, que Soeiro Mendes havia comprado no reinado de D. Sancho II.
  • «Joannes dominici de Cuia Alta (...) dixit quod Marina Gonçalvi filia de Gonsalvino de Cazuraes venditit Suerio Menendis scutario unam quartam de Caballaria foraria Regis per usum de zurara in Freixeosa Alta et modo Stephanus Johannis miles filus de Joanne Fenandi de Almeida habet ipsam quartam de ipsa Caballaria en modo nullum forum facit Regi nisi quod dat in collecta tantum. Interrogato de tempore quod Suerius Menendi compravit istam hereditatem dixit tempore Regis Sancii fratis istus Regis» - Inquirições de 1258.
  • Quem eram aqueles João Soares e Soeiro Mendes? Antes de tentar responder, convém dizer que em Zurara tinha Lourenço Soares Freire a quintã de S. Cosmado, comprada a foreiros «per forum de Zurara», e por si honrada, que nas inquirições de 1288 era de seus filhos, e pela dita razão foi devassada por sentença de 1290. E que a 21.7.1274 D. Afonso III arrendou os foros e direitos da terra de Zurara a Lourenço Soares Freire (Laurencio Suerii Freyre). E que outro fidalgo, Soeiro «Amarelo», fez usurpações em Quintela de Zurara, tratando-se talvez do referido Soeiro Mendes.
  • Lourenço Soares Freire está bem documentado. Era irmão de Mem Soares de Mello. E Soeiro Mendes era filho natural deste Mem Soares de Mello. Como Soeiro Mendes ainda vivia, velho, em 1308, a passagem do quarto da cavalaria de Freixeosa Alta, que comprou antes de 1248, para Estêvão Anes de Almeida, antes de 1258, não foi por sua morte mas certamente por tornas ou trocas da herança comum com Estêvão Anes.
  • Esta ligação dos Mello a Zurara e aos Almeida faz supor que aquele João Soares é um irmão de Mem Soares de Mello e de Lourenço Soares Freire, embora não seja apontado pelas genealogias. Este João Soares terá assim falecido sem geração, deixando a quintã de Almeida a seu sobrinho João Fernandes. Pelo que Fernão Canelas terá casado com uma sua irmã, igualmente esquecida das genealogias. Portanto, uma irmã de Mem Soares de Mello. Se bem que, dado conjunto de circunstâncias, seja de supor que João Soares e sua irmã fossem só meios irmãos de Mem Soares de Mello, portanto filhos naturais de Soeiro Raimundes de Riba de Vizela, que por sua vez era também filho natural de Raimundo Paes de Riba de Vizela.
  • Esta proposta tem, por outro lado, um fortíssimo suporte na Heráldica. Com efeito, as armas adoptadas pelos Almeida são rigorosamente as armas dos Mello, apenas com a diferença de os besantes nestes serem de prata e naqueles de ouro. Tudo isto parece indicar, sem margem para grandes dúvidas, que o rico cavaleiro-vilão melhorado Fernão Canelas casou com uma irmã de Mem Soares de Mello, de quem o filho herdou as armas, com diferença, e a fidalguia.
  • Escudos de armas dos Mello (à esquerda) e dos Almeida (à direita).
  • A única diferença é o metal dos besantes.
  • Esquema genealógico
  • 1. Soeiro Raimundes de Riba de Vizela, rico-homem, alferes-mor do reino (1211), governador de Aguiar de Pena (1200), nascido cerca 1170 e falecido depois de 1220. Era filho natural de Raimundo Paes de Riba de Vizela, rico-homem, governador da Covilhã (1196-99), Gouveia (1201-11) e Besteiros (12211-12). Soeiro Raimundes casou com D. Urraca Veegas Barroso, filha de Egas Gomes Barroso, o 1º deste nome, e de sua mulher Urraca Vasques de Ambia, e neta paterna de Gomes Mendes Guedeão e sua mulher D. Chamoa Mendes de Souza. Soeiro Raimundes teve, segundo proponho, pelo menos dois filhos naturais antes do casamento.
  • 1.1. Mem Soares de Mello, rico-homem do Conselho (1248) de D. Afonso III, a quem acompanhou na conquista do Algarve e em cuja Cúria aparece às vezes com o título de privatus regis, Foi governador de Gouveia (1258) e de Leiria (1254). Foi o 1º deste nome, que tirou da sua quintã e honra de Mello, no termo de Gouveia, que na partilha que em 1304 fizeram seus netos se documenta que anexava vários bens em Folgosinho, Gouveia e Vila Cortez (Linhares), a quintã de Vitorino de Piães e os casais de Aborim e Cossourado, e ainda vários bens em Ponte de Lima e Barcelos. Mem Soares nasceu cerca 1195 e faleceu antes de 1288 e depois de 1262. Em Junho de 1243 recebeu com sua mulher parte de uma herdade entre a Covilhã e Manteigas. Casou antes de Junho de 1243 com D. Tereza Afonso Gato, que sendo já viúva sucedeu na quintã de Mello em 1288 e em 1294 instituiu a capela de Santa Catarina no mosteiro de Maceira Dão. Em Agosto de 1261, ainda casada, vende ao rei a herança que tinha em Beja. Era filha de Afonso Pires Gato, governador da Guarda, e de sua mulher D. Urraca Fernandes de Lumiares. Mem Soares de Mello teve pelo menos um filho natural, certamente nascido antes do casamento com D. Tereza.
  • 1.1.1. (N) Soeiro Mendes, cavaleiro, nascido cerca de 1220 e falecido depois de 1308. Já é referido nas inquirições de 1258. sendo então referido como escudeiro («scutario»), por ter comprado antes de 1248 um quarto de uma cavalaria em Freixiosa Alta (Mangualde). É referido como cavaleiro em 1288, quando testemunha uma doação ao mosteiro de S. Domingos de Lisboa, e ainda vivia em 1308, em Rio Torto, termo de Gouveia, quando autorizou seus filhos a venderem ao Cabido de Viseu os bens que tinham recebido da parte de João Peres e Dona Tereza de Órgens, seu avós (maternos), sendo aqui referido como cavaleiro de Mello. Casou, portanto, com uma filha destes.
  • 1.1.1.1. Mem Soares, cavaleiro, que possuía a quintã de Órgens (Viseu) com sua irmã Maria. Em 1310 estava em Gouveia, onde testemunhou as partilhas de Martim Fernandes de Cambra com as irmãs.
  • 1.1.1.2. Lourenço Soares, cavaleiro, que a 1.6.1308 fez doação ao Cabido de Viseu de todos os bens que herdou de seus avós João Pires e Dona Tereza, moradores que foram em Órgens.
  • 1.1.1.3. Maria Soares, que com seu irmão de Mem Soares, cavaleiro, possuía a quintã de Órgens, tendo seu marido Aires Gonçalves vendido a terça da mulher ao cónego Durão Martins da Matta. Casou com Aires Gonçalves «cavaleiro de Moreira», que com sua mulher fez a 6.8.1308 a doação ao Cabido de Viseu de umas propriedades em Silvarinho para este lhes fazer quatro comemorações anuais quando morressem.
  • 1.1.1.4. ?Pedro Soares, cuja viúva, Dona Urraca, filha de D. João Ermiges, doa vários bens ao Cabido de Viseu em 22.3.1306.
  • 1.1.2. Afonso Mendes de Mello, rico-homem, senhor da honra de Mello, etc. Em 1261, sendo então referido como cavaleiro, testemunhou a concessão real da carta de couto a Portel. Nasceu cerca de 1235 e faleceu antes de 1304. Casou com D. Inez Vasques da Cunha, filha de Vasco Lourenço da Cunha, senhor de Tábua, e de sua mulher D. Tereza Peres, filha de D. Pedro Portugal, que nomeadamente foi governador de Zurara. Esta
Armas
  • Albuquerque
Notas
  • ALBUQUERQUE
  • AL - Armorial Lusitano
  • Afonso Eduardo Martins Zúquete
  • Editorial Enciclopédia, 3ª Edição
  • Lisboa, 1987; AL-pg.39-40
  • GEPB-vol. 1-pg. 746-758
  • HGCRP - História Genealógica da Casa Real Portuguesa
  • D. António Caetano de Sousa
  • Atlântida-Livraria Editora, Lda, 2ª Edição
  • Coimbra, 1946
  • BSS - Brasões da Sala de Sintra-3 vols.
  • Anselmo Braamcamp Freire
  • Imprensa Nacional-Casa de Moeda, 2ª Edição
  • Lisboa, 1973;BSS-pg. 195
  • LMP - Linhagens Medievais Portuguesas - 3 vols
  • José Augusto de Sotto Mayor Pizarro
  • Universidade Moderna, 1ª Edição
  • Porto, 1999; LMP-vol. 1-pg. 196
  • NFP - Nobiliário das Famílias de Portugal
  • Felgueiras Gayo
  • Carvalhos de Basto, 2ª Edição
  • Braga, 1989; NFP-vol. I-pg. 215 (Albuquerques)
  • PMG - Os Patronos do Mosteiro de Grijó
  • José Augusto Sotto Mayor Pizarro
  • Carvalhos de Basto, 1ª Edição
  • Ponte de Lima, 1995;PMG-pg. 188 e pg. 209
  • ALBUQ - Albuquerques da Beira
  • Manuel Rosado Marques de Camões e Vasconcelos
  • Lisboa, 1948
  • CORREIA - CORRÊA
  • DFP - Dicionário das Famílias Portuguesas
  • D. Luiz de Lancastre e Távora
  • Quetzal Editores, 2ª Edição
  • Lisboa
  • VIEGAS
  • DFP - Dicionário das Famílias Portuguesas
  • D. Luiz de Lancastre e Távora
  • Quetzal Editores, 2ª Edição
  • Lisboa; DFP-pg. 351
  • GORDO
  • «Diccionario Heráldico y Nobiliario de España», Fernando González Doria
  • ALMEIDA
  • «Nobiliário de Famílias de Portugal», Felgueiras Gayo
  • «Ascendências Visienses. Ensaio genealógico sobre a nobreza de Viseu. Séculos XIV a XVII», Porto 2004, por Manuel Abranches de Soveral.
  • «Linhagens Medievais Portuguesas. Genealogias e estratégias (1279 - 1325)», Porto 1999, por José Augusto de Sotto Mayor Pizarro.
  • «Brasões da Sala de Sintra», Coimbra 1927, por Anselmo Braamcamp Freire.
  • Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira.
  • ASSUMPÇÃO
  • DFB - Dicionário das Famílias Brasileiras
  • Carlos E.A. Barata e António H.Cunha Bueno
  • 1ª Edição
  • Rio de Janeiro, 1999
  • CARDOSO
  • DFP - Dicionário das Famílias Portuguesas
  • D. Luiz de Lancastre e Távora
  • Quetzal Editores, 2ª Edição
  • Lisboa
  • BRANDÃO
  • DFP-pg. 111-112
  • DIAS
  • DFP-pg. 154-155
  • CUNHA
  • DFP-pg. 152
  • PIRES
  • DFP-pg. 286
  • OLIVEIRA
  • DFP-pg. 272-273
  • SOUSA
  • DFP-pg. 327
  • REIS
  • DFP-pg. 303
  • MENDES
  • DFP-pg. 250-251
  • MACIEIRA
  • DFP-pg. 235
  • LOPES
  • DFP-pg. 227
  • VASCONCELOS-VASCONCELLOS
  • DFP-pg. 346
  • "OS NOSSOS VASCONCELOS"
  • Vasoncellos do Barão e Visconde de Ponte da Barca / Jerónimo Barradas Pereira de Vasconcellos - NPB-vol. 3-pg. 158 / Casamento e Ascendência da Viscondessa de Ponte da Barca (tia avô do Visconde de Vila Nova de Gaia) D. Maria Leonor Pires Monteiro Bandeira - Fontes: ANP 1985-Tomo II-pg. 244 / ANP 1985-Tomo II-pg. 242 /
  • LON-Tomo III-pg. 84 / ANP 1985-Tomo I-pg. 242 / SVSN-Arv. 13 / FG-pg. 14 / GPAUL-vol. II-pg. 188 e outras / NFP-vol. III-pg. 232 (Camaras) NFP-vol. V-pg. 375 (Fogaças) / PL-vol. III-pg. 361 (Ornelas) / BSS-vol. I-pg. 45 /
  • HGCRP-Tomo I-pg. 181 / SR-pg. 19 / HGCRP-Tomo XI-pg. 406
  • LDIP-vol. II-pg. 9
  • NFP-vol. V-pg. 36 (Eças)
  • NFP-vol. X-pg. 581 (Sousas)BSS-pg. 279
  • LGFP-pg. 680
  • LMP-vol. 1-pg. 184
  • MV-pg. 32
  • NFP-vol. IV-pg. 301 (Castros)
  • NFP-vol. V-pg. 35 (Eças)
  • PMG-pg. 162HGCRP-Tomo I -Tab. 26
  • LMP-vol. 2-pg. 246
  • NFP-vol. VI-pg. 695 (Menezes)
  • PMG-pg. 192
  • PMG-pg. 195LMP-vol. 2-pg. 199 (Valadares)
  • NFP-vol. VI-pg. 695 (Menezes)
  • PMG-pg. 194 e muitas outras até Flavius Afranius Syagrius, Cônsul de Roma (ano 382)
  • CABEÇA
  • DFP-pg. 117
  • FERREIRA
  • DFP-pg. 170
© 2004  Guarda-Mór, Edição de Publicações Multimédia Lda.