José Eduardo e Silvio Felipe Guidi
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Antônio Raposo Tavares
* São Miguel de Beja, Portugal 1598 + São Paulo 1658
Casamentos
São Paulo-SP
Filhos
Notas Biográficas
  • Antônio Raposo Tavares o Velho
  • foi o bandeirante que mais expandiu as fronteiras brasileiras além da Linha de Tordesilhas. Muito serviu a D. Francisco de Sousa, e por isso foi por ele armado cavaleiro da Casa Real, no alvará de 20 de maio de 1601.
  • Nasceu em São Miguel de Beja, Portugal, chegou ao Brasil em 1618 com o pai, Fernão Vieira Tavares, designado Capitão-mor Governador da Capitania de São Vicente em 1622. Era assim preposto do conde de Monsanto, donatário da capitania de São Vicente. A mãe era Francisca Pinheiro da Costa Bravo.
  • Foi capitão na bandeira do mameluco Belchior Dias Carneiro, morto em junho de 1608 no sertão. Em dezembro de 1608 entrou em São Paulo com parte da tropa.
  • Morto o pai (1622), transferiu-se para São Paulo de Piratininga de onde, 6 anos mais tarde, partiu sua primeira bandeira, da qual era chefe nominal Manuel Preto, com um efetivo de cem paulistas e 2 mil índios auxiliares. Esta expedição, dividida em quatro companhias, rumou para o Guaíra (no atual Rio Grande do Sul) e diz-se que ela iniciou o processo de expulsão dos jesuítas espanhóis, ampliando as fronteiras do Brasil e assegurando a posse dos territórios dos atuais estados do Paraná, de Santa Catarina e de Mato Grosso do Sul.
  • Essa bandeira era assim composta: à frente, Raposo Tavares com novecentos brancos e mamelucos e dois mil indios, uma verdadeira cidade em marcha.
  • Na vanguarda,a pequena coluna comandada por Antônio Pedroso de Barros, livre de quase todo equipamento, seguia mais depressa. A retaguarda era chefiada por Salvador Pires de Mendonça. Pedro Vaz de Barros, Brás Leme e André Fernandes comandavam companhias. Formando sistema com a bandeira, outra tropa comandada por Mateus Luís Grou varou os sertões de Ibiaguira nas cabeceiras do rio Ribeira. Comandados, seguiam na bandeira, entre outros, Frederico de Melo, João Pedroso de Barros, Antônio Bicudo, Simão Álvares. Ia com eles ia o cacique Tataurana, capturado no local.
  • Todos esses nomes são encontrados na genealogia de José Eduardo e Silvio Felipe, que após 400 anos, nasceram no Estado do Paraná.
  • Em 1638 partiu em nova expedição, para expulsar os jesuítas espanhóis estabelecidos nas reduções da região do Tapes, hoje Rio Grande do Sul. Deixou São Paulo em janeiro, com 120 paulistas e mil índios, e voltou em novembro. José Ortiz de Camargo seguia no troço do capitão Diogo Coutinho de Melo, fazendo a chamada «campanha dos araxás».
  • Em novembro a bandeira chegou ao sertão dos Tapes - província que compreendia a Oeste o alto rio Ibicuí, ao Norte a Serra Geral, a leste o vale do rio Cai e ao Sul a vizinhança da Serra dos Tapes - o centro do atual Rio Grande do Sul. A 2 de dezembro atingiu e atacou a redução de Jesus Maria, na margem esquerda do rio Jacuí, e depois de seis horas de luta arrasou a redução, fazendo prisioneiros. Depois, atacou a redução de San Cristóbal, no rio Pardo, e no rio Jacuí; logo depois tomou a redução de Santana. De acordo com a tática usada, a bandeira ia dividida em companhias, dispersas em vários pontos, guardando porém unidade de ação. Uma dessas companhias, a de Diogo de Melo Coutinho, ficou agindo no chamado «sertão dos carijós».
  • Esta bandeira voltou a São Paulo a 20 de janeiro de 1637, mas permaneceu no Tape Antônio Raposo Tavares.
  • De 1639 a 1642 integrou as forças paulistas, organizadas por D. Francisco Rendon de Quebedo a pedido de Salvador Correia de Sá e Benevides, que lutaram contra as invasões holandesas, combatendo na capitania da Bahia e na de Pernambuco.
  • A 7 de agosto de 1639 D. Fernando de Mascarenhas, 1º Conde da Torre, lhe deu patente de capitão, pois juntara em São Paulo, à sua custa, 150 soldados que conduziu à Bahia. Foi-lhe mandado agregar-se ao terço do mestre de campo Fernando da Silveira. Diz «Ensaios Paulistas», editora Anhembi, 1958, página 634: «Entre as façanhas bélicas dos paulistas (...) convém recordar os socorros por eles prestados contra os holandeses, quando da infeliz expedição naval do conde da Torre, em cuja esquadra embarcou um Terço formado em São Paulo, apesar de uma tentativa de revolta de feitio sebastianista contra esta recruta. Tal tropa comandada por Antônio Raposo Tavares destacou-se na terrível jornada chamada da Retirada do Cabo São Roque. Mais tarde novo socorro partiria de S. Paulo em defesa da Bahia, sob o comando de Antônio Pereira de Azevedo e pelas águas do São Francisco abaixo.»
  • Raposo Tavares estivera em Portugal em 1647, sendo "encarregado de uma missão em grande parte secreta". A sua última expedição foi chamada a Bandeira de Limites ou a grande bandeira aos "serranos", os limites do Peru:
  • "Embrenhou-se com algumas dezenas de homens no território mato-grossense, atingindo, pelo Madeira, o Amazonas, remontado até às terras de Quito e depois descido até Belém do Pará." (Ensaios Paulistanos, p. 634.)
  • Considerada a primeira viagem em torno do território brasileiro, partiu em maio de 1648 do porto de Pirapitingui, em São Paulo, descendo o rio Tietê rumo aos sertões do baixo Mato Grosso. Contava com brancos, mamelucos e mais de mil índios. Um de seus principais auxiliares foi Antônio Pereira de Azevedo, baiano.
  • Oficialmente destinava-se à busca de minas, sobretudo as de prata. Afirma Jaime Cortesão em seu livro "Raposo Tavares e a formação territorial do Brasil" que a parte oficial era descobrir metais preciosos mas a outra parte, secreta, seria conhecer conhecer melhor o Brasil para identificar os interesses de Portugal na região.
  • Em novembro de 1648 Antônio Raposo ordenou decisivo ataque a destruição das reduções do Itatim, combatendo 200 paulistas e mil índios mansos, e seu auxiliar ainda foi o velho, sexagenário, Capitão André Fernandes (que morreria no início da ação, em 1649, em local tão oposto ao sertão do Sabaraboçu onde sempre desejara e prometera ir). Ficaram destruídas as reduções jesuítas da serra de Maracaju e Terecañi, e depois Bolaños, Xerez e outras. O ataque produziu êxodo, mas partiu de Assunção um exército tão grande que os paulistas resolveram abandonar a província. A bandeira se dividiu em duas companhias. Na companhia comandada por Raposo, era alferes Manuel de Souza da Silva. A outra era chefiada pelo baiano Antônio Pereira de Azevedo.
  • Iniciaram assim em 1648 a famosa volta que duraria até 1651, subindo o rio Paraguai, descendo o rio Mamoré e o rio Amazonas, regressando a São Vicente com apenas 59 brancos e alguns indios. Teria subido pelo rio Itatim e pelo rio Paraguai até a nascente, internando-se de tal modo que se encontrou com os castelhanos no Peru, depois desceu em jangadas o rio Guaporé, o rio Mamoré e o rio Madeira, entrando no Amazonas. deteve-se na fortaleza de Gurupá, no Pará. André Fernandes pereceu no sertão com toda sua tropa, da qual apenas dois índios retornariam a São Paulo.
  • A expedição percorreu mais de 10.000 quilômetros em três anos, tendo usado o curso do rio Paraguai, do rio Grande, do rio Mamoré, do rio Madeira e do rio Amazonas. Ao chegar à foz do Amazonas, em Gurupá, no Pará, a tropa estava reduzida a 59 brancos e alguns índios. Da cidade de Belém do Pará, os sobreviventes à épica travessia da floresta Amazônica, retornaram a São Paulo, onde o bandeirante viria a falecer.
Notas
  • 400 anos depois de Raposo Tavares, no atual Estado de Rondônia, local onde ele foi o primeiro europeu a pisar, nasceu seu descendente Pedro Henrique.
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