José Eduardo e Silvio Felipe Guidi
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Fontes
Genealogia Paulistana Vol. VII, pág. 03 e 04.
Copiado por Luiz Gonzaga da Silva Leme do título dos Braganções na Livraria José Freire Monte Arroio Mascarenhas em 1757
Moraes Antas
História
  • "1ºD. Mendo Alam foi um ilustre cavalheiro, sehor da Vila de Bragança, vivia em tempo de el-rei D.Affonso VI de Leão, avô de D. Affonso Henriques, primeiro rei de Portugal, Casou com uma Princesa Armênia que com el-rei seu pai, veio em romaria a visitar o corpo do apóstolo S. Thiago de Compostela, e teve como diz o Conde D. Pedro e o livro antigo das linhagens, a
  • D. Fernando Mendes de Bragança.
  • Diz o Livro antigo que esteve na Torre do Tombo, e mostra o cronista Brandão, P. 3ª liv.4º da Monarquia Luzitana e Liv. 8º cap. 27, que fora casado com uma filha de el-rei D. Affonso VI de Leão, de quem tivera: D. Mendo Fernandes de Bragança que sucedeu na casa de seu pai e casou com D. Sancha Viegas de Bayão.
  • D. Fernandes Mendes, rico homem, senhor de Bragança e mais terras de seu pai; foi chamado o Braganção, e por outro nome o Bravo. Achou-se com el-rei D. Affonso Henriques em todas as guerras de seu tempo, e na batalha do campo de Ourique. Casou com D. Theresa Affonso, filha ilegítima do mesmo rei, que o conde D. Pedro diz, no título 38, fls. 204, a tirara ao conde D. Sancho Nunes de Barbosa, de quem era mulher, para lhe aplacar a ira de se rirem dele quando lhe caiu a nata pelas barbas comendo com el-rei à mesa em Coimbra; o que Brandão tem por fabuloso, e convém em que foi casado com D. Sancha Henriques, irmã do mesmo rei D. Affonso Henriques, o que prova com a escritura que alega no liv. 8.º, cap. 27, part. 3.ª. O mesmo conde D. Pedro e o cronista Brandão afirmam que não teve dela filhos, e que, por haver feito doação da cidade de Bragança, ficara, por sua morte, incorporada na coroa; porém João Baptista Lavanha, alegando o livro antigo, diz que fora casado com outra mulher, que Brandão no lugar já citado diz fora D. Theresa Soares, f.ª de D. Soeiro Mendes o Bom da Maia, e que dele tivera a seu filho que segue: D. Pedro Fernandes o Braganção, que o cronista Brandão chama: Pedro Fernandes de La Hadra, foi alcaide-mor de Bragança no ano de 1193, em que el-rei de Leão a teve cercada, e o rei D. Sancho I a foi socorrer, como consta da escritura original do mosteiro de S. Salvador de Castro Avellães, e a refere José Cardoso Borges nas noticias de Bragança.
  • Porque ocupava algumas fazendas pertencentes à Sé de Braga, o arcebispo D. João de Peculiar passou carta de excomunhão contra ele, como consta do livro do cabido da Sé de Braga à fls. 118; e do livro das inquirições que mandou fazer das honras do reino o sr. rei D. Affonso III, consta que este D. Pedro Fernandes o Braganção deu à ordem do hospital a vila e igreja de S. Pedro Velho, e a vila de Val-maior, que foram de seus avós. O livro antigo diz que casou com D. Froile Sanches, filha do conde D. Sancho Nunes de Barbosa e de sua mulher D. Theresa Affonso, filha de el-rei D. Affonso Henriques. E teve:
  • D. Vasco Peres o Beirão, casou com D. Urraca Esteves, filha de Estevão Annes, senhor do Passo de Antas, no concelho de Coura; e ficou herdando o mesmo Passo, e teve, como afirma D. Pedro e o livro antigo, em terceiro filho a:
  • João Vasques de Antas, foi senhor da vila de Vimioso. Viveu pelos anos de 1242. Não se tem notícia de seu casamento, mas sabe-se que foi seu filho:
  • Estevão Annes de Bragança; faz dele memória o conde D. Pedro no Tit. 34 § 2.º do seu Nobiliário manuscrito. A sua filiação se prova de um documento que se conserva na câmara de vila de Vimioso, divisado com o n. 16, que é uma demanda que teve seu neto direito João Mendes de Moraes com a câmara de Vimioso, que lhe diz impedir a tapagem de uma herdade que ele tinha junto ao rio Fervença por cima da ponte das Ferrarias;
  • Mendo Esteves de Antas, que casou na casa dos Moraes com Ignez Rodrigues de Moraes, neta de Ruy Martins de Moraes. E teve a:
  • Affonso Mendes de Antas, o qual sucedeu no senhorio de Vimioso e de outras terras a seu tio direito (irmão de seu pai) Gonçalo Esteves, que foi senhor de Vimioso. Casou com Aldonça Gonçalves de Moreira, de quem teve o primogênito:
  • Mendo Affonso de Antas, sucedeu a seu pai no senhorio de Vimioso, e foi padroeiro da igreja do concelho de Coura: faleceu sem filho varão; por cuja razão ficou Vimioso na coroa, e el-rei a deu em título de condado a D. Francisco de Portugal. Daqui teve origem uma demanda que pôs Estevão Mendes de Moraes (irmão de Mendo Affonso de Antas n.º 11) a D. Francisco de Portugal, que correu muitos anos perante o corregedor da comarca de Vizeu; e por falecer Estevão Mendes de Moraes antes de decidida a causa, ficou livremente possuindo Vimioso D. Francisco de Portugal.
Notas
  • Ignez Navarro de Antas que casou com Pedro de Moraes, cavaleiro fidalgo do chefes Moraes do reino de Portugal da província de Trás-os-Montes, que era parente da mesma Ignez Navarro, sua mulher. Este Pedro de Moraes serviu a el-rei em vários empregos nas comarcas da Beira e de Trás-os-Montes; e foi mamposteiro-mor dos cativos;
  • e do dito instrumento consta que teve uma irmã que no ano de 1575 estava casada com Pedro Homem Escudeiro, morador na vila de Mogadouro. E do mesmo instrumento consta que teve dito Pedro de Moraes:
  • Balthazar de Moraes de Antas (tronco deste apelido em S. Paulo) que em 11 de Setembro de 1579, perante o Juiz Amador do Valle, de Mogadouro, sendo escrivão dos autos o tabelião Gaspar Teixeira, justificou a sua fraternidade por pai e mãe com Belchior de Moraes de Antas para se aproveitar do instrumento que a este se tinha passado. Assim se julgou de que se deu ao dito Balthazar de Moraes o seu instrumento autêntico, o qual o fez reconhecer em 1579 pelos escrivães de Mogadouro, Monxagate, Torre de Moncorvo, Mirandella, e Villa Pouca de Aguiar. E na cidade do Porto justificou por Índia e Mina dito instrumento em 1579; o mesmo fez em 1580 na cidade do Funchal e nesse mesmo ano justificou o instrumento e fez reconhecer os sinais dele na cidade da Bahia por Cosme Rangel de Macedo, ouvidor geral de toda a costa do Brasil. Balthazar de Moraes de Antas teve uma irmã casada com o sargento-mor José Alvares Meirelles, cavaleiro fidalgo da casa do Sr. D. Antonio, e morador no Mogadouro pelos anos de 1575: irmão também de Belchior de Moraes de Antas de quem fizemos menção.
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