Georgina Antonina de Freitas Afonso
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Fontes
Geneall BET-pg. 137 137; Luis Peter Clode; Nobiliário da Ilha da Madeira; História Literária da Madeira, do Visconde do Porto da Cruz
Gonçalo Ayres Ferreira
Pais
Filhos
Notas Biográficas
  • 1 “Ferreiras: Procedem de Gonçallo Ayres Ferreira, hum dos descobridores desta Ilha, e o primeiro que nella teve filhos, a que pos os nomes de Adam, e Eva; pronóstico da vasta geração que teve, ao que por esta rezão// chamarão o Casta Grande como escreveo a elegante penna de Manoel Thomas:
  • Veraz de Gonçalayres de Ferreira
  • Os dous primeiros filhos que nacidos
  • Forem de Adam, e Eva, os Appellidos;
  • De quem a geraçam mais verdadeira,
  • De Casta Grande em bandos devididos,
  • Cauzaram mayor gloria á nova Terra,
  • Com Governos na Paz, brios na Guerra.”
  • 2. “Foi filho de Gomes Ferreira, e de Izabel Pereyra de La Cerda, senhores da quinta de Cavalheiros, e consta da sua nobreza ser Escudeiro do Infante D. Henrique, escolla da virtude, e fidalguia, como notou João de Barros, e Manoel de Faria.”
  • 3.“FERREIRAS (A CASTA GRANDE) Gonçalo Aires Ferreira, filho de Gomes Ferreira, porteiro-mor de el-rei D. João I e fidalgo de sua casa e de Isabel Pereira de Lacerda, em título de Ferreiras do Morgado dos Cavalleiros em Portugal, foi o primeiro deste apelido que passou à Madeira. Era escudeiro do Infante D. Henrique e foi companheiro do descobridor João Gonçalves Zarco, tendo sido o primeiro que saltou na ribeira que de então conservou o nome de Gonçalo Aires, a qual serviu de marco às terras de sesmaria que teve desde essa ribeira a outra ribeira de João Gomes. Veio casado de Portugal e foi quem primeiro teve filhos nesta ilha, em memória do que lhes chamou ao primogénito Adão e à 1ª filha Eva. Teve ao todo 8 filhos. Jaz sepultado no convento de Santa Clara na mesma sepultura de João Gonçalves Zarco. Tem por armas: em campo vermelho, quatro faixas de ouro. Timbre: uma ema de sua cor com uma ferradura de oiro no bico.”
  • 4. Gonçalo Ayres Ferreira, filho de Gomes Ferreira, e de Izabel Pereira de Lacerda, em título de Ferreiras d’o Morgado d’os Cavalleiros, em Portugal; foi Escudeiro d’o Infante D. Henrique, e se achou n’o descobrimento d’esta Ilha n’o anno de 1419 por companheiro de João Gonçalves Zargo, e foi o primeiro que saltou ná Ribeira que de então conserva o nome de Gonçalves juncto a esta Cidade, e a mesma lhe serviu de Marco á grande fazenda que n’esta Ilha teve até a outra: Ribeira de João Gomes, que tambem tomou o nome de seu genro, o Trovador. Jaz sepultado em Nossa Senhora d’a Conceição de Cima, hoje Convento de Freiras de St. Clara, n’a mesma sepultura de João Gonçalves Zargo. Veio casado de Portugal, segundo computo d’a tradição commum e memorias d’aquelle tempo de que foi o primeiro homem que n’esta nova Ilha teve filhos; em memoria d’o que lhes chamou Adão e Eva. De sua mulher não temos noticia quem fosse, mas houve d'ella filhos.”
  • 5. É de justiça dar o primeiro lugar na relação dos Escritores que, de qualquer História Literária da Madeira modo, deram a sua colaboração para o desenvolvimento literário no Arquipélago, a Gonçalo Aires Ferreira. É de justiça porque logo após a chegada dos portugueses à Madeira, ele, que foi um dos companheiros mais íntimos de João Gonçalves Zarco, cuida, sem perda de tempo, de fixar numa descritiva simples mas exacta tudo quanto ele viu. Se não fossem as suas «memórias» com a narração do Descobrimento teriam talvez tomado directrizes diversas as outras produções sobre a história da Província Atlântica da Madeira. Quando começam a prosperar as novas terras portuguesas aparece com a autoridade de testemunha presencial de tudo quanto narra, esse Gonçalo Aires Ferreira que foi companheiro do Capitão João Gonçalves Zarco. Escreveu Gonçalo Aires a primeira memória sobre a geração de Zarco e a crónica relativa ao «Descobrimento da Ilha Madeira» Esta narração foi considerada, com justiça, a mais exacta descrição
  • do feito. Diz o Padre Fernando Augusto da Silva que «Gonçalo Aires Ferreira foi o mais distinto companheiro do primeiro Descobridor, não só pela sua nobre ascendência mas ainda pela ilustração que possuía». Isto se encontra, textualmente, na página 398 do Elucidário Madeirense, na informação sobre «Ferreira (Gonçalo Ayres)».
  • 2.FERREIRA: Sobrenome de origem geográfica, tomado do lugar de ferreira, na freguesia de S. João de Eyris, concelho de Aguiar, comarca do porto, província do Minho, Portugal (Sanches Baena, II, 68). Do latim ferraria, mina de ferro (Antenor Nascentes,II,111). O primeiro que usou este sobrenome foi Rio Pires, que tomou de localidade de Ferreira de Aves, de que era senhor e onde fundou o solar da família. Era bisneto de Fernão Jeremias, um dos fidalgos que passaram de Castela a Portugal em 1095, acompanhado de D. Teresa, mulher do conde D. Henrique de Borgonha (anuário Genealógico Latino, I, 43). Felgueiras Gayo, no século XIX, informa que no concelho de Aguiar se achava o Couto de Ferreira, o Vale de Ferreira, o rio de Ferreira e o chão de Ferreira, e que tudo foi motivo de originar esta família. Gayo registra o cavaleiro Martim Ferreira de Oliveira Barros, proprietário de quinta de Vila Verde, Cabeça do Morgado por ele instituído, situado junto do rio Ferreira de S. João de Eyris. O mesmo Martim Ferreira, dali passou para o casal de cavaleiros, propriedade da família, já naquele tempo. A vila e Couto de Ferreira, recebeu foral em 1222, o que o leva a crer que dela deve ter se originado a família. Sua genealogia, traçada com maior segurança, é principiada por Gayo, em D. Alvaro Ferreira, rico-homem do reino de Leão, que deve ter vivido pelos anos de 1170. Foi Sr. de Meilas, depois Mancilhe de La Serra, em Castela a velha, e Senhor da Vila de Ferreira, de onde certamente tomou o sobrenome da família. Foram avós de Pedro Ferreira, sucessor na casa de seu pai, que juntamente com sua esposa, D. Maria Vaz, deu o foral à Vila de Ferreira no ano de 1222, que ele fundou e povoou dando-lhe por nome o do seu sobrenome em memória do seu antigo Solar, nas Astúrias, em Santilhana (Espanha). Edificou, na mesma Vila de Ferreira, um mosteiro dedicado a São Pedro, para os cavaleiros templários (Gayo, Ferreira, titulo e §1). Deste ultimo casal, foi quinto neto Ayres Ferreira, escudeiro do infante D.Henrique, patriarca desta família Ferreira, na Ilha da Madeira, para onde passou no tempo do seu descobrimento, em 1419.
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