Família Almeida e Vasconcellos Pinto Coelho - Ascendentes, descendentes e colaterais
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Fontes
Les Dynasties d'Europe, Jirí Louda - Michael Maclagan, Ed. Bordas, nouvelle édition, Paris 1993 [edição francesa de "Heraldry of the Royal Families of Europe"];
Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira - 50 vols., Editorial Enciclopédia, Lisboa.
Inglaterra (Casas Reais)
História
  • Tradicionalmente, conta-se os Reis de Inglaterra a partir de Guilherme, o Conquistador, no entanto, podemos encontrar as origens remotas da Monarquia do Reino Unido nos antigos reinos anglo-saxões da Grã-Bretanha.
  • No século IX era o reino de Wessex o dominante e Alfredo, O Grande, que lutou contra os invasores Vikings, iniciou a unificação de Inglaterra. A dinastia de Wessex reinou em Inglaterra (apenas interrompida 2 vezes por 4 reis dinamarqueses) até à morte de Haroldo II, último rei anglo-saxão, na Batalha de Hastings, em 1066.
  • Após a morte de de Eduardo, o Confessor, penúltimo rei anglo-saxão de Inglaterra, em 1066, Guilherme, o Conquistador, duque da Normandia, seu primo, reclamou os seus direitos à Coroa, conquistou Inglaterra e iniciou a dinastia Normanda.
  • Reinaram 2 filhos de Guilherme I o Conquistador: Guilherme II, que morreu sem descendência e Henrique I, que morreu após a morte num naufrágio do seu único filho varão; sucedeu-lhe Estêvão de Blois, conde de Bolonha jure uxoris, filho de Adela, princesa de Inglaterra, e neto de Guilherme, o Conquistador. Após guerra civil pelos direitos dinásticos e a morte de Estêvão I, herdou a Coroa Henrique II (bisneto de Guilherme, o Conquistador), filho de Matilde de Inglaterra (filha de Henrique I) e de Godofredo V Plantageneta, conde de Anjou.
  • Com a coroação de Henrique II, em 1154, iniciou-se em Inglaterra a dinastia Plantageneta, ou Angevina. Em 1284 o Principado de Gales foi incorporado nos territórios dos Angevinos e os filhos mais velhos dos Reis de Inglaterra passaram a usar o título de Príncipe de Gales. Em 1399, Ricardo II (filho de Eduardo de Woodstock, Príncipe de Gales, o "Príncipe Negro" e neto de Eduardo III) foi deposto pelo seu primo Henrique IV, filho de João de Gante, duque de Lancaster [o pai da Rainha D. Filipa de Lencastre], 3º filho varão de Eduardo III.
  • Em 1455 iniciou-se a Guerra das Duas Rosas, a luta dinástica entre 2 ramos da dinastia Plantageneta, a Casa de Lancaster e a Casa de York. Em 1461, Henrique VI, neto de Henrique IV, foi deposto por Eduardo IV, bisneto Edmundo de Langley, duque de York, 4º filho varão de Eduardo III (e, pela avó paterna, descendente de Leonel de Antuérpia, 2º filho varão de Eduardo III). Henrique VI voltou a reinar, de 1470 a 1471, até à sua derrota na Batalha de Tewkesbury e morte na Torre de Londres. Voltou a reinar Eduardo IV, sucedido por seu filho de 13 anos, Eduardo V, assassinado pelo tio (irmão de Eduardo IV), que assumiu o trono como Ricardo III. Em 1485, Ricardo III foi derrotado e morto na Batalha de Bosworth por Henrique, Conde de Richmond, filho de Edmundo Tudor, conde de Richmond e Margarida Beaufort, neta de João Beaufort, Conde de Somerset (filho bastardo legitimado de João de Gante), que se tornou Rei de Inglaterra como Henrique VII, casou com Isabel de York (filha de Eduardo IV) e iniciou a dinastia Tudor.
  • A Henrique VII sucedeu-lhe o filho Henrique VIII, que casou 6 vezes e teve 3 filhos, que todos reinaram: Eduardo VI, que morreu com 15 anos, sucedendo-lhe a meia-irmã Maria I, que também morreu sem descendência, sendo sucedida pela meia-irmã Isabel I, "A Rainha Virgem". Em 1603, Isabel I, última da dinastia Tudor, morreu sem descendência, sucedendo-lhe no trono de Inglaterra Jaime I [Jaime VI , rei da Escócia] filho da sua prima Maria Stuart, rainha da Escócia (neta de Jaime IV , rei da Escócia e de Margarida Tudor, a filha mais velha de Henrique VII) e iniciou a dinastia Stuart.
  • A dinastia Stuart foi o início da união pessoal das Coroas de Inglaterra e da Escócia, até à criação do Reino da Grã-Bretanha em 1707. Após a Guerra Civil, entre os partidários do Rei e os do Parlamento, que levou à execução Carlos I em 1649, houve o Interregnum até 1660, com o período do Protectorado [a Ditadura Cromwell, ou República Puritana] (1653-1659), em que o poder era exercido pelo Lorde Protector. Com a Restauração, em 1660, subiu ao trono Carlos II (filho d Carlos I), que casou com D. Catarina de Bragança [filha de D. João IV] e morreu sem descendência legítima, sucedendo-lhe o irmão Jaime II até à sua deposição pela Revolução Gloriosa de 1688. Subiram ao trono Maria II (filha de Jaime II) e o seu marido e primo Guilherme III [Guilherme de Orange] (neto de Carlos I), sem descendência, a quem sucedeu a Rainha Ana (filha de Jaime II) que morreu sem descendência. Pelo facto de os membros da Casa de Stuart nas linhas seguintes de sucessão serem católicos, em 1701 o Parlamento decretou que se não houvesse descendência de Guilherme III nem da Princesa Ana [depois, Rainha Ana], os direitos à Coroa passariam para a linha de Sofia, princesa do Palatinado (filha de Isabel Stuart, princesa de Inglaterra e neta de Jaime I) e da sua descendência não católica.
  • Sofia morreu menos de 2 meses antes da morte da Rainha Ana, em 1714, deste modo o seu filho primogénito, o Príncipe-Eleitor de Hanover Jorge Luís, subiu ao trono como Jorge I, o primeiro rei da Casa de Hanover na Grã-Bretanha. Em 1801 foi criado o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda. Em 1830, quando morreu Jorge IV (filho de Jorge III, rei de Inglaterra e de Hanover), Carlota, princesa de Gales, sua filha única, tinha já morrido sem descendência, bem como Frederico, Duque de York e Albany (2º filho varão de Jorge III) e sucedeu-lhe o irmão Guilherme IV (3º filho varão de Jorge III), que morreu em 1837 sem descendência legítima e foi sucedido no Reino Unido pela sua sobrinha Vitória, filha única de Eduardo, duque de Kent e Strathearn (4º filho varão de Jorge III), que já havia morrido, e, em Hanover (onde exista a "lei sálica") pelo seu irmão, Ernesto Augusto (5º filho varão de Jorge III), acabando a união pessoal que havia do Reino Unido e Hanover desde 1714.
  • A rainha Vitória casou com seu primo, o Príncipe Alberto de Saxe-Coburgo-Gotha, e, quando morreu, em 1901, sucedeu-lhe o filho Eduardo VII e, pela mudança de varonia, iniciou a dinastia de Saxe-Coburgo-Gotha. Em 1910, sucedeu-lhe o filho Jorge V, e, em 1917, devido ao sentimento anti-germânico no Império Britânico durante a Primeira Guerra Mundial, o nome da dinastia foi alterado para Windsor, que é até hoje a Casa reinante no Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, tendo como Rei, após a morte da rainha Isabel II em 2022, o seu filho Carlos III.
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